Ata da sessão ordinária do dia 31 de outubro de 1846, sob presidência de Elias de Almeida Prado. Em sessão, iniciaram marcando a próxima sessão para assinarem as contas da arrematação da ponte. Seguiram analisando uma portaria sobre as aulas públicas e discutiram sobre isso. Leram um ofício do chefe de policia sobre o mapa da força policial, discutiram sobre posse de juízes e uma postura para obrigar os moradores do centro da vila a murarem seus terrenos que se encontram cercados de guarantã. Finalizaram com o secretário requerendo ser pago do seu ordenado.
Documento redigido pelo secretário Amâncio Gomes Ramalho e assinado por: Elias de Almeida Prado, João da Cunha Raposo, Antônio Ferraz de Arruda e João Francisco de Oliveira Leme.
Registro de um ofício da Câmara ao Presidente da Província, respondendo a um ofício do mesmo de seis de outubro passado, sobre quais obras públicas a Vila necessita, informando então que se está procedendo a fatura da ponte do rio Piracicaba ligado à Vila, uma obra de suma necessidade para o trânsito dos asucres além do rio e estrada para Araraquara. A câmara informa também que o Mestre da obra recebeu apenas 400 mil réis, estando o Município em débito com dito Mestre na quantia de um conto e 200 mil réis, assim que a obra for concluída. Outras obras também são importantes para a Vila, porém a falta de moeda as torna incapazes de serem feitas, sendo elas as obras da Matriz e cadeia, deixando então os membros da Câmara nas mãos do Presidente a decisão se deve ou não serem realizadas ditas obras. Documento assinado
por José Caetano Rosa, José Alvares de Castro, Vicente do Amaral Gorgel, Bento Manoel de Moraes e Antônio Fiuza de Almeida. Registro feito por Francisco Florêncio do Amaral, Secretário da Câmara.
Auto de posse e juramento de Francisco Florêncio do Amaral para Tenente da Cavalaria das Guardas Nacionais da Vila da Constituição. Documento escrito pelo secretário José Lopes da Siqueira e assinado pelo empossado e pelos vereadores da Câmara.
Registro de um ofício da Câmara ao Presidente da Província, onde remetem a cópia da ata da apuração dos votos para a eleição de vereadores, em que se excluiu as as cédulas de Araraquara conforme a determinação do Presidente. Documento assinado por José Caetano Rosa, José Alvares de Castro, Vicente do Amaral Gorgel, Bento Manoel de Moraes e Antônio Fiuza de Almeida. Registro feito por Francisco Florêncio do Amaral, Secretário da Câmara.
Fotografia dando foco para a fachada da Catedral de Santo Antônio.
Fotografia de Rubens Cardia.
Informações adicionais:
A atual Catedral de Santo Antônio, ao longo de sua história, passou por diversas intervenções, como as de ordem social, política e estrutural, que remontam desde o período colonial brasileiro, época esta, que a religião católica era oficial em todo o território. Os padres eram funcionários públicos e recebiam seus proventos do governo. Cada povoação deveria ter sua capela, ermida ou mesmo um rancho, onde pudesse ser entronizada a figura do padroeiro determinado para o local. As matrizes católicas se configuravam como um sinal de desenvolvimento e eram construídas com dinheiro público ou doações dos fiéis. Os padres eram considerados autoridades e disputavam poder com os dirigentes civis, se prevalecendo da religião para instruir o povo sobre aquilo que bem entendessem. O primeiro pároco da povoação de Piracicaba e o povoador Antonio Corrêa Barbosa travaram uma intensa disputa de poder que também envolveu a preferência por N. S. dos Prazeres ou Santo Antonio como padroeiros. Em 26 de julho de 1770 o Morgado de Matheus enviou a seguinte carta ao povoador: “Vai a provisão para levantar a Capela nessa Povoação. Vmcê. lhe procurará o melhor sítio, na frente da praça principal, a delineará de modo que possa servir mais tarde de capela-mor, a todo tempo que quiserem acrescentar o corpo da Igreja para fazer freguesia. A invocação há de ser de Nossa Senhora dos Prazeres, minha madrinha e padroeira da minha casa, e a sua imagem há de ser colocada no altar-mor; pois tenho tenção de a fazer venerar em toda parte que puder. Com a elevação do povoado à Freguesia foi criada a paróquia em 26 de junho de 1774 pelo Bispo Diocesano de São Paulo, o qual autorizava que: 'se erigisse em o dito lugar, igreja matriz (...) e o senhor Santo Antonio, Padroeiro dela', também presente no relato do Capitão- mor de Itu. Neste caso, a recomendação do Morgado de Matheus em 1770, sobre N.S. dos Prazeres como padroeira não foi levada em consideração. O primeiro vigário, João Manuel da Silva, foi empossado em 21 de junho de 1774 e oito dias depois fazia o seu primeiro batizado, iniciando com o seguinte registro o 'Livro que há-de servir para assento de batizados de brancos e libertos' (Neme, 1974). A presença de um vigário significava ordem e progresso, e um fator de grande força na época, pois sinalizava que Piracicaba alcançaria prosperidade. Entretanto, logo de início, o padre percebeu pelas evidências, que Antonio Corrêa Barbosa não iria admitir outra autoridade que não a dele. Não aceitava conselhos nem tolerava que o vigário se intrometesse nas coisas do serviço público. Assim, começou uma briga na qual o capitão povoador deveria sempre levar a melhor, e que seria o principal entrave ao progresso local. Por esses motivos, o primeiro vigário da povoação conseguiu apenas levantar um telheiro que servisse de igreja (Neme, 1974; Perecin, 1990).
A segunda matriz só foi edificada na esplanada estabelecida para tal em 1816, por conta de uma desavença criada entre o capitão povoador, o vigário e a população local, sobre a mudança de padroeiro para Santo Antonio, sendo que a padroeira determinada para o povoado havia sido Nossa Senhora dos Prazeres. Em 1833 a segunda matriz finalmente desabou e não havia dinheiro para prosseguir as obras da nova igreja que estava sendo construída circundando a primitiva. Em 1835 a construção já estava adiantada, em fase de colocação do vigamento do telhado. No ano seguinte, em 1836 a nave já estava coberta e faltava cobrir a capela-mor (Vitti, 1989). No dia 29 de abril de 1841 Francisco José da Conceição foi nomeado fabriqueiro da matriz. Em 1843 o padre José Maria de Oliveira foi nomeado diretor das obras. Neste ano, estando concluída a estrutura e a cobertura da igreja, eram necessários acabamentos internos como retábulos e altar-mor com trono. Para tanto, eram necessárias madeiras para a confecção de vigotas, pranchões de cedro para cimalhas e um entalhe, tabuado de cedro, além de ouro e tintas. Em 1844 foi trazido de Itu o entalhador Miguel Arcanjo Benício D'Assumpção Dutra a fim de trabalhar nos entalhes dos altares e retábulos (Guerrini, 1970; Vitti, 1989). Em 1857 foi liberada uma verba de até um conto de réis, para construção de uma torre ou frontispício na Matriz de Santo Antonio.
A terceira versão da Matriz de Santo Antonio no local, configurava-se uma das mais representativas obras da arquitetura Tardo-barroca da cidade, com obras conduzidas por Miguel Arcanjo Benício D'Assunção Dutra.
Em 1921 a Matriz de Santo Antonio ganhou nova fachada principal com apliques de elementos Neoclássicos, além de novo interior em 1925. Esta obra ficou caracterizada como a quinta Matriz de Piracicaba, quarta configuração no local e primeira Catedral de Santo Antonio, quando da criação da Diocese de Piracicaba.
Em 17 de janeiro de 1939, às 5 horas da tarde, a Catedral se incendiou por causa de um monte de palhas secas amontoadas numa tribuna. As paredes resistiram, mas o interior foi destruído. Em consequência do incidente, a Diocese de Piracicaba foi criada em 1944 com a igreja em ruínas. Dois anos após, em 1946, o edifício foi totalmente demolido para a construção de uma igreja maior, que pudesse sediar a nova Diocese (Guerrini, 1970; Vitti, 1989 e Carradore, 1998 citados por IPPLAP, 2012).
Ata da reunião ordinária de 20 de junho de 1843, onde tratou-se sobre: Em sessão, leram um ofício do escrivão de paz de Rio Claro, um outro do vigário da Vila de Limeira e outro dos habitantes da Freguesia do Toledo, todos foram à comissão. O Sr. Franco indicou tendo certeza que Joaquim dos Santos trancou atalho aberto por José Leme e outros na estrada de Cuiabá nas fraldas da Serra em terrenos pertencentes a este município. Deliberaram que o fiscal vai verificar tais acusações. O Sr. Lopes indicou que representasse ao presidente da Província acerca da abertura da estrada premeditada para Cuiabá.
Documento redigido pelo secretário José Lopes de Siqueira e assinado por: Manoel de Toledo Silva, Francisco Florêncio do Amaral, Ignácio Ferreira de Camargo, Domingos José Lopes Roiz, Antônio Franco do Amaral, Joaquim Roiz Cesar e Fructuozo José Coelho.
Auto de posse e juramento de Elias de Almeida Prado para servir interinamente de Juiz de Municipal da Vila da Constituição. Documento escrito pelo secretário José Lopes da Siqueira e assinado pelo empossado e pelos vereadores da Câmara.
Fotografia da rua Anézia Alves da Silveira, localizada no centro de Piracicaba. A foto é do ano 1996, a rua fica de frente para o colégio Dom Bosco - Assunção. Fotografia de Fabrice Desmonts.
Ata da reunião ordinária de 02 de fevereiro de 1914, na qual, em sessão, a comissão de finanças, através dos vereadores Luiz Rodrigues de Moraes e Álvaro de Azevedo, emitiu o Parecer nº 3, nos seguintes termos (em transcrição livre):
“A comissão de finanças abaixo assinada, convencida da grande conveniência da construção de um alojamento para porcos, carneiros e cabritos junto ao matadouro municipal, bem como de um galpão no mesmo local para abrigo dos animais dos marchantes (1) que vão assistir a matança, é de parecer que seja aprovada a indicação nesse sentido, apresentada pelo digno vereador e prefeito municipal, sr. Antônio Augusto de Barros Penteado, na sessão de 22 de janeiro passado”. Na sequência, há o seguinte despacho: “Aprovado o parecer da comissão de finanças”.
(1) Quem compra gado, para vender sua carne a açougues; negociante de carne bovina. Que é dono de açougue, açougueiro.
Ata da reunião de 10 de maio de 1834, onde tratou-se sobre: O senhor Maxado disse que ficou adiado o cemitério, e que por essa razão que cerque o mesmo com vinte braças em quadra. O senhor Arruda acrescentou que achava melhor cercar com vinte e cinco braças em quadra e que este cercado fosse feito com taipas. Além disso foi efetuado os pagamentos do secretário, porteiro e carcereiro.
Documento escrito pelo secretário Francisco Florencio do Amaral e assinado por Antonio Fiuza de Almeida, Francisco Jose Maxado, Bento Manoel de Morais, Antonio de Arruda Leme e Manoel de Toledo Silva.