Área de identidad
Código de referencia
Título
Fecha(s)
- 28 de agosto de 1987 (Creación)
Nivel de descripción
Volumen y soporte
Documento textual, datilografado, periódico (jornal - recorte)
Área de contexto
Institución archivística
Historia archivística
Origen del ingreso o transferencia
Área de contenido y estructura
Alcance y contenido
A página 5 traz em destaque, quase uma página inteira, uma entrevista, publicada numa seção chamada “Depoimento”, com o sr. Francisco Salgot Castillon. Na apresentação, é destacado o seguinte: “Francisco Salgot Castillon foi o escolhido para abrir a série de depoimentos que pretendemos apresentar ao povo piracicabano (...). Por que Francisco Salgot Castillon? Simplesmente por ter sido ele um dos atores principais da cena política piracicabana nos últimos 40 anos (...). A liderança política de Salgot Castillon, por suas características especialíssimas, deve merecer um estudo mais aprofundado por parte dos cientistas políticos, pois Salgot Castillon conseguiu revelar-se um fenômeno político que não encontra paralelo na formação dos homens públicos brasileiros”. A primeira pergunta e a primeira resposta são as seguintes: Pergunta: “Qual é a verdadeira história da cassação de seu mandato de prefeito municipal de Piracicaba em outubro de 1969?” Resposta: “É uma história de grandes interesses políticos municipais que, na verdade, teve início quando me elegi prefeito pela primeira vez, despertando a rivalidade de forças que passaram a se opor a mim pela ousadia que tive de tê-las enfrentado. Em 1959, quando se discutia a sucessão de Luciano Guidotti, partidos políticos e algumas forças piracicabanas haviam decidido que as eleições deveriam acontecer com uma candidatura única, e o nome indicado era o de Domingos José Aldrovandi, tendo como companheiro de chapa o industrial Humberto D’ Abronzo. Eu não me opunha a Aldrovandi, que era tido como o homem com o perfil administrativo de Luciano Guidotti, e o objetivo, portanto, era o da continuidade administrativa. Eu me opunha a alguns aspectos da administração de Luciano que, tendo feito verdadeira revolução na cidade, houvera esquecido a zona rural de Piracicaba, grandemente povoada àquele tempo. E, por outro lado, repugnava, como acontece ainda hoje, qualquer ideia de candidatura única. Ora, havia, ainda, a clara evidência de que Luiz Dias Gonzaga, antigo prefeito, seria candidato caso se confirmasse a candidatura de Domingos José Aldrovandi. Foi, então, que, depois de uma conversa pouco amistosa com Luciano Guidotti, a situação tornou-se irreversível: exigia-se a minha renúncia como candidato a candidato, com a ameaça de que eu seria esmagado pelo poder econômico. Ora, havia um ideal político de uma administração social, eu tinha o total apoio do meu partido, a UDN, e acabei tendo a motivação final, que foi o desafio à minha capacidade de vencer os poderosos que acreditavam poder esmagar-me com o peso do dinheiro. A partir daí, as forças se radicalizaram e, então, a política piracicabana se dividiu entre os que me apoiavam e os que apoiavam Luciano Guidotti”. Na sequência, a entrevista é dividida em tópicos, aos quais o sr. Salgot emite suas respostas. Dessa parte, destacam-se os seguintes trechos: “...para as eleições de 1968 (...) não pude concordar com a candidatura de Humberto D’ Abronzo, que estava na presidência do E.C.XV de Novembro, a prefeito de Piracicaba. Não que eu tivesse algo pessoal com D’ Abronzo, mas porque tinha certeza de que, se aquilo acontecesse, o pior haveria de vir para Piracicaba, pois D’Abronzo se deixara cercar de homens que não haveriam de entender o povo naquele momento político. Ora, eu estava reeleito deputado, com mandato garantido, não tinha qualquer pretensão de ser candidato a prefeito. Mas havia toda uma filosofia política em jogo e não poderíamos acatar passiva e simplesmente a candidatura de Humberto D’ Abronzo que tinha o apadrinhamento de Luciano Guidotti. (...) Expus a D’Abronzo o meu ponto de vista, a necessidade de que ele renunciasse à sua candidatura para que encontrássemos uma outra solução. Irredutível a princípio, D’Abronzo acabou tornando-se mais acessível à ideia e, finalmente, me expôs a dificílima situação em que se encontrava o E.C.XV de Novembro, de que ele era presidente. O XV, um patrimônio da cidade, estava falindo, e eu não tive qualquer dúvida em lhe prometer que, se viesse eu a ser o próximo prefeito, haveria de encontrar uma solução para que a Prefeitura colaborasse com o XV, como ainda hoje se faz. E assinei o compromisso que fizera a D’ Abronzo para auxiliar o XV de Novembro. (...) se chegássemos a um candidato que interessasse a Piracicaba e que unificasse a ARENA — pois havia, então, apenas ARENA e MDB – eu renunciaria. Marquei uma reunião com Luciano Guidotti, através de amigos, num domingo. E aconteceu a fatalidade: antes de nosso encontro, Luciano faleceu subitamente, deixando a cidade enlutada e os políticos perplexos. Era como se o destino mexesse, novamente, os cordões para que Piracicaba permanecesse atribulada. (...) Depois que o traumatismo que a morte de Luciano causou em todos e quando já havia uma certa aceitação da fatalidade, a herança política de Luciano Guidotti começou a ser canalizada em direção a João, seu irmão (...). Acreditei que eu pudesse ter, com João Guidotti, o diálogo que não pudera ter com Luciano. (...) não houve acordo e a campanha política acabou encontrando-se em disputa eu de um lado, João Guidotti do outro. (...). Mas venci as eleições. E, embora sendo deputado pela ARENA, já durante a campanha política se falava claramente que eu estava sendo denunciado aos militares como “subversivo”, pois eu sempre estive ao lado da classe operária e participei de algumas delas, inclusive a dos ferroviários quando, para impedir fosse a greve furada, deitei-me na linha do trem. Tudo aquilo era motivo para incompatibilizar-me com as forças militares e, mesmo antes de minha posse, os homens do MDB de Piracicaba – que tinham trânsito no governo – queriam impedir a minha diplomação. Amigos meus começaram a defender-me junto ao Ministro Gama e Silva, da Justiça, então, provando o meu passado democrático (...). Finalmente, o meu processo de cassação acabou na mesa do presidente Costa e Silva que o interrompeu. Tomei posse, fui diplomado, comecei a exercer o cargo de prefeito mas a campanha para cassar-me o mandato e os direitos políticos orquestrou-se ainda mais a partir da enfermidade que afastou Costa e Silva do governo e que o levou à morte. Era a Junta Militar quem decidia tudo, e a pressão continuou. Nada tinham a provar contra mim, até que apareceu o documento em que eu me comprometia a colaborar com o XV de Novembro. Mas antes disso até livros da prefeitura de Piracicaba eram levados, por homens do MDB e da ARENA que comigo não se afinavam, ao coronel Cerqueira Lima, que comandava o 5R G-Can. Queriam a minha cassação a qualquer custo, o ódio era incontrolável. E então, o documento do XV (...). Houve, em 1969, uma devassa do Exército sediado em Campinas e da Polícia Federal em Piracicaba, e a alegação era a de fraudes em imposto de renda, argumento que fez pressão política. Romeu Ítalo Rípoli, que era vereador, e Humberto D’Abronzo viram as suas casas e as suas vidas vasculhadas. Coincidentemente, eles também eram pessoas que alimentavam os ódios dos que queriam a minha cassação. E, nos documentos de Humberto D’ Abronzo, foi encontrado o compromisso que eu firmara de, sendo eleito, auxiliar o XV de Novembro. Em nome da memória de D’Abronzo, posso afiançar que ele nada pediu além disso, e que nem mesmo chegou a cobrar-me o compromisso. Por causa do XV, finalmente encontraram o motivo para cassar-me: houvera, segundo eles, corrupção eleitoral. E eu fui cassado. (...) eu fui preso em 1970, juntamente com os prefeitos de Limeira — que era o Jurandir Paixão — de Leme, Araras, que estiveram na mesma cela minha no 5º G-Can. Até hoje não sei e nem eles sabem por que fomos presos. Eu já havia sido cassado, estava proibido de fazer política. Falou-se que, em 1970, quando se caçavam bruxas, eles queriam impedir que as lideranças cassadas influíssem nas eleições daquele ano. Eu estava em minha casa, à noite, quando dois militares à paisana bateram à porta: “Acompanhe-nos”, disseram, alegando que eu estava detido. Quis que me levassem no dia seguinte, mas forçaram a minha ida. Fiquei na Delegacia de Piracicaba e, tarde da noite, levaram-me para Campinas, colocando-me numa cela com aqueles companheiros. Durante cinco dias, ficamos detidos. Havia um certo tenente Argos que me detestava já há algum tempo. A comida que nos serviam era um lixo. E, um dia, quando o tenente Argos apareceu próximo da cela, chutei toda a comida, xinguei, desafiei-o com palavrões, mas ele fingiu que não escutava. Enquanto isso, o Cássio Padovani, que era meu vice-prefeito e que assumira a Prefeitura, fazia tudo para me libertar. A Ladice estava desesperada, os meus filhos também, eu era homem sem qualquer mandato político. Até que o Coronel Rubens Restell — um cavalheiro, homem refinado — chamou-me da cela. Em seu gabinete estavam o Cássio Padovani e Natalina sua esposa, e a Ladice, minha mulher. Eles me esperavam. O Coronel Restell estava libertando-me. Mas ele queria, em nome do Exército, pedir desculpas a minha esposa, a mim, e a Piracicaba por tudo o que acontecera. Segundo ele, tudo não passara de um lamentável equívoco”. À parte a entrevista do sr. Francisco Salgot Castillon, mas ainda tratando de política, o jornal trazia, na página 8, um panorama dos “candidatos a candidatos” para as eleições que aconteceriam em 1988: “Estão nas ruas os balões de ensaio para a escolha do sucessor do sr. Adilson Maluf. E a luta mais difícil parece que será travada dentro do próprio PMDB, pois são muitos os nomes que disputam o apoio dos convencionais: o deputado João Herrmann Neto, os secretários municipais José Flávio Leão e Antonio Barrichello, o vice-prefeito Antonio Faganello. Pelo PFL, o nome é do deputado Jairo Mattos. O PDS deve indicar o industrial Mário Mantoni”. Deixando a política de lado, a edição trazia sugestões para divertimento social e cultural. Nas páginas 6 e 7 há a seção “Vida Provinciana – como e onde”. Tal seção trazia “dicas” de onde ir na cidade e também de como se divertir ficando em casa. Atentando-se aos locais, costumes e linguajar da época, destacam-se, dessa seção, os seguintes trechos: “Deixe de ser besta, ô meu! (...). Quer um programinha joia? Vá à Rua do Porto, nos butecos que estão trepidando de gente nova e, se você for coroa, tente a experiência de ficar bebericando ao lado da moçada (...). E se o ‘som’ dos moços estiver alto, muito ‘paulêra’, peça para alguém tocar um violão de beira-rio (...). E tem o ‘Zero Grau’, o velho ‘Gaúcho’, o Menegatti, a Brasserie, o Mirante, o Niko’s, ‘Galo Branco’, o ‘Mr. Dandy, a ‘Croco’, a ‘Arapuca’ (...). Mas se você resolver ficar em casa, há, também, como se divertir (...). Quer ficar vendo o vídeo, pois há até excesso de locadoras aqui. Basta ir buscar o seu filme, o seu ‘clip’ – ou pedir, que há locadoras de vídeo que atendem a domicílio. E você sabe quantos serviços a domicílio Piracicaba tem? Disque o telefone, ô meu: e vem pizza quentinha, vem sanduíche, vem bebida, táxi a qualquer hora do dia e da noite, aquele que lhe compra o cigarro ou que lhe traz a bebidinha que falta...”. A edição traz ainda notícias, artigos, anúncios comerciais e profissionais, programações culturais e crônica social. Dentre os anúncios comerciais, destacam-se alguns que não mais existem, mas que permanecem na memória coletiva da cidade, como: “Tutti Buona Massa”, “Portalarga”, “Portal Sports”, “Droga Vila – Do Zezinho da Vila” e “Droga Quinze – Do João Sachs, que conversa à porta”.
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15 de janeiro de 2025
Idioma(s)
Escritura(s)
Fuentes
Nota del archivista
Setor de Gestão de Documentação e Arquivo
Câmara Municipal de Piracicaba