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Recorte de publicação, sem indicação de data nem de origem, com o título “Hymno Esportivo”, que consiste em um poema, possivelmente de autoria de Honorato Faustino. Segue o texto poético na integra:

“A saúde é um precioso tesouro
Que não term similar no valor;
Valem mais que possuir arcas de ouro
Estes dons: - a energia, o vigor.

Nossos jogos nos dão alegria,
E sentimos imenso prazer
Da existência na doce poesia
De sorrir, gozar, de viver.

O exercício nos põe bem dispostos
Para as lutas da vida enfrentar.
Eia(1), pois, companheiros! A Postos!
Para vencer é preciso lutar!

Vigorosos, melhor poderemos
A esta Patria adorada servir,
Dedicando-lhe, cheios de extremos,
Nossos votos do belo porvir.

Honorato Faustino”
(em transcrição livre)

(1) Expressão de animação, de ânimo; excitação. Capaz de exprimir surpresa, de espanto.

Matéria do jornal “Gazeta de Piracicaba”, de 25 de novembro de 1926, intitulada “Escola Normal – Exposição de trabalhos”, onde se lê: “Às 12 horas de hoje será franqueada ao público a bela exposição de trabalhos dos alunos de nossa Escola Normal e estabelecimentos anexos. Ao que sabemos essa exposição, não só pelo aprimorado gosto que presidiu a fatura dos trabalhos como a colocação destes, apresenta belíssimo aspecto, sendo, portanto, merecedora da visita de todos que se interessam pelo engrandecimento do ensino em nossa terra” (em transcrição livre).

Recorte de matéria do jornal Gazeta de Piracicaba, de 21 de dezembro de 1926, intitulada “Documento Honroso”, que versa sobre uma carta recebida por Honorato Faustino da Inspetoria das Escolas Normais, cujo teor é publicado no periódico: “Ilustre colega professor Honorato Faustino. Saudações. Por meio desta venho agradecer-lhe as gentilezas e a consideração que sempre dispensou no desempenho do cargo de inspetor geral das escolas normais e manifestar-lhe a minha admiração pelos grandes e inestimáveis serviços prestados a causa da educação da mocidade e da infância patrícia, de cujo testemunho a sua escola é uma realidade. Peço-lhe interpretar os meus sentimentos junto aos colegas, alunos da normal, da complementar e da modelo e aqui me tem o ilustre colega para servi-lo no que estiver em minhas mãos. – César Prieto Martinez” (em transcrição livre).

Matéria do jornal “Tribuna Popular”, de 16 de junho de 1927, intitulada “Dr. Honorato Faustino de Oliveira”, em que relata que o maestro Marcello Tupynambá realizou um concerto em Piracicaba e que ficou maravilhado com a cultura musical da cidade. Relata também que o Jornal de Piracicaba publicou as palavras do maestro, as quais são assim transcritas: “O meu primeiro entusiasmo foi na Escola Normal. O diretor dessa casa de instrução secundária, dr. Honorato Faustino, é um benemérito na questão. Com sua capacidade extraordinária, espantosa, ele fez uma coisa difícil de se conseguir em qualquer parte do mundo: fazer das vozes das crianças, quatro vozes! É uma maravilha sem igual em todo o Brasil. Há harmonia perfeita, muita afinação. Quase todos os cantos são de sua lavra”. (em transcrição livre).

Matéria do jornal “Correio Paulistano”, de 19 de outubro de 1927, intitulada “Piracicaba – O centenário da escola primária”, onde se lê: “Em obediência à determinação da Diretoria Geral, da Instrução Pública, foi, ontem, solenemente comemorado em todos os estabelecimentos escolares de Piracicaba, o centenário da instituição do Curso Primário no Brasil. No Grupo Modelo, reunidos todos os alunos e alunas dos dois períodos, bem como o seleto corpo docente, deu-se execução a um magnífico programa, cujo primeiro número foi ‘Monólogo’, pela inteligente menina Maria Dilce de Almeida, prestando valioso concurso o 4º ano feminino, dirigido pela prof. d. Anna de Almeida. Seguiu-se a ‘Homenagem ao diretor da E. Normal, dr. Honorato Faustino de Oliveira’, pelos 3º e 4º anos femininos do período da manhã” (em transcrição livre).

Matéria do “Jornal de Piracicaba”, de 18 de fevereiro de 1928, intitulada “Aniversário”, onde se lê: “Passou ontem o aniversário natalício do sr. dr. Honorato Faustino de Oliveira, ilustrado educador que, há anos, vem dirigindo com proficiência, a Escola Normal desta cidade. Às muitas felicitações que recebeu juntamos as nossas” (em transcrição livre).

Matéria do jornal “Correio Paulistano”, de 09 de agosto de 1930, intitulada “O 50º aniversário da Escola Normal da praça da República”, que trata sobre o 50º aniversário da Escola Normal da praça da República, ocasião em que foram recebidas numerosas congratulações, dentre as quais, a da Escola Normal de Campinas, onde se lê: “É com grande satisfação e imenso júbilo que, em meu nome e, bem assim, do pessoal docente, discente e administrativo da Escola Normal de Campinas, tenho a honra de apresentar a v. s. congratulações pela passagem do cinquentenário da reabertura dos cursos da Escola Normal, que v. s. dirige, com zelo e extraordinária dedicação” (em transcrição livre).

Matéria de jornal, sem indicação de data nem de origem, intitulada “Cantos Escolares”, onde se lê: “Acabam de aparecer, enfaixados num folheto, os cantos escolares, para orpheon, a 2, 3 e 4 vozes, que o distinto educador, dr. Honorato Faustino, diretor da Escola Normal da capital, há muito vinha ensinando aos alunos das escolas por onde tem passado, com música e letra de sua autoria. Trabalho feito nas poucas horas de lazer que lhe deixa o cargo, porém vazados todos com muito carinho e com muito amor”. (em transcrição livre)

Recorte de jornal, do periódico “O democrata”, de 15 de abril de 1928, proveniente de Itapetininga. A matéria, intitulada “Professor Honorato Faustino”, inicialmente parabeniza sua promoção como diretor da Escola Normal da Praça da República, em São Paulo, tece elogios e cita brevemente a trajetória de Honorato, desde sua atuação como professor em Itapetininga, passando como diretor na Escola Normal de Piracicaba, até sua nomeação em São Paulo. Dos elogios, a matéria cita: “é um homem modesto, competentíssimo, possuidor de uma alma generosa, afeita somente ao bem e um amigo sincero. [...] A escola normal da Praça, faz uma bela aquisição e nós felicitamos o velho amigo pela merecida promoção” (em transcrição livre).

Recorte de publicação, sem indicação de data, nem de origem, com o título de “Julio Prestes”, de autoria do Doutor Honorato Faustino. A publicação tece elogios e, pelo contexto, embora não explicíto devido a falta de datação, parabeniza pela nova Presidência do Estado de São Paulo (1927-1930), o político, advogado, fazendeiro e poeta Julio Prestes, que foi, em Itapetininga, seu aluno. Ao longo do texto, Honorato manifesta sua satisfação, apesar dos desafios do ensino, àqueles alunos que lograram êxito em suas vidas e profissões, como é o caso de Julio Prestes, cujo o autor dá destaque, além de sua oratória e “promissoras tendências intelectuais”, ao fato de “Em uma certa fase, a alma juvenil de Julio Prestes, abandonou-se ás expansões poéticas” (em transcrição livre) e, Honorato cita ainda que conservava junto de si um álbum com trabalhos literários de alguns alunos, o que incluía dois sonetos de Prestes, aos quais ele transcrevera na matéria.
Após a dita transcrição, continua tecendo elogios ao ex-aluno e ratifica que, dado ao novo governo de Prestes, “São Paulo iniciará nova e importante fase de surto de progresso que vem realizando, em importante trajetória” e que “[...] há de abençoar o novo governo de Julio Prestes, memorando-o sempre entre os que lhe outorgaram maior soma de benefícios, mais farta [...?] de bem estar e de felicidade” (em transcrição livre).

Abaixo, segue em transcrição livre os sonetos “Flores Campesinas e Meu Coração”, respectivamente:

FLORES CAMPESINAS
XVII

Sabado, á tardezinha, o Zé Tropeiro
Manda um moleque arrear o bom picaço,
Enfia-se num pala domingueiro
E toca em seu cavalo, passo a passo,

E, pela estrada vai, todo faceiro,
Tendo nos tentos um comprido laço,
Na cintura a guayaca com dinheiro
E uma Lafouchet trochada de aço.

Vai á festa assistir na encruzilhada
Para, no samba, junto á namorada,
Dançar, rodopiando como um fuzo;

E, depois, noutro dia via á raia,
Ver correr o turdilho com a báia,
E a noite passar jogando búzio.

MEU CORAÇÃO
A Valle e Silva

Ansioso, inteiramente abandonado
Etá meu pobre coração vazio.
Ele pulsa no peito regelado,
Profundamente lúgubre e sombrio;

Chora mais do que [Job] quando, magoado
Formou com suas lágrimas o rio
No vale de Idumeia, ou, desvairado,
Treme de vasto horror e intenso frio.

Mas, assim sem amar e solitário,
É capaz de vencer o mundo inteiro
E morrer com Cristo no Calvário !...

O coração do homem sempre é forte,
Mais valente mil vezes que um guerreiro;
Porque quem vence o amor não teme
a morte.