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Descrição arquivística
Jornal do Commercio - 1929
MHPPM CE-CTSM-LRHF-67 · Item · 1929
Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

Recorte de jornal, intitulado “ Professor Honorato Faustino”, datado em 1929. A matéria, traz uma homenagem aos 43 anos de trabalho do professor e diretor Honorato, tecendo elogios sobre seus serviços e dedicação junto ao ensino, sobretudo ao que dispunha na direção da então Escola Normal de Capital (São Paulo). Ao final do trecho, dá ênfase que “[...] a data de hoje, evocadora de um caráter reto, de uma figura cheia de bondade evocadora das qualidades de um homem que muito fez pela Patria, educando, formando caráters, não poderia, como dissemos, passar despercebida. Nela, o Doutor Honorato Faustino receberá, por certo, inúmeras manifestações de regosijo não só de seus amigos como de todos quanto conhecem a ação proveitosa que pelo bem da coletividade vem desenvolvendo” (em transcrição livre).

São Caetano Jornal - 03/02/1929
MHPPM CE-CTSM-LRHF-73 · Item · 03 de fevereiro de 1929
Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

Recorte de jornal intitulado “Dr. Honorato Faustino”, de 03 de fevereiro de 1929. A matéria informa e felicita o doutor Honorato pelo seu aniversário, enquanto tece elogios a ele enquanto educador, escritor, musicista e humano, “dotado de invulgar capacidade de trabalho e finos predicados de espirito e coração” (em transcrição livre).
A reportagem traz ainda uma fotografia de Honorato, e ao final dá destaque a alguns trabalhos pedagógicos criados por ele, como por exemplo: “Lições práticas de pontuação e acentuação do “a” pela figura crase”; “Cantos a 3 e 4 vozes para orpheon escolar”; “Cantos a 2,3 e 4 vozes para orpheon infantil”; Linguagem médica popular do Brasil e de Portugal, entre outros.

Diário de São Paulo - 28/08/1929
MHPPM CE-CTSM-LRHF-78 · Item · 28 de agosto de 1929
Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

Recorte de jornal, do periódico “Diário de São Paulo”, de 28 de agosto de 1929, intitulado “Encantadora Festa Escolar” e subtitulado “Na Escola Modelo “Caetano de Campos”. Inicialmente, a matéria traz uma fotografia de Honorato Faustino juntamente com alunas da escola. Na legenda da foto, lê-se: “No alto – Cena final da fantasia – “Borboletas e flores”, vendo-se ao centro o dr. Honorato Faustino, autor da letra e música. Em baixo – As crianças que tomaram parte no programa da festa” (em transcrição livre). Após a fotografia, a reportagem relata que no dia anterior (27/08/1929), às 15 horas, houve uma “festinha das meninas do 2. ano C e 3º A, que estão sob a direção das professoras dona Isaura Cardoso Teixeira e Helena Borges” (em transcrição livre). Discorre detalhadamente a seguir, a programação que houvera naquele dia, como por exemplo, o hino, letra e música do Doutor Honorato Faustinho “Bendigo a Escola”, a comédia “Irmã e Irmão”, apresentação de piano da Mazurka de Chopin n. 5, entre outras apresentações.

Diário de São Paulo - 06/02/1929
MHPPM CE-CTSM-LRHF-85 · Item · 06 de fevereiro de 1929
Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

Recorte do jornal “Diário de São Paulo”, de 06 de fevereiro de 1929, intitulado “Há crises de escolas na Capital”. A matéria traz uma entrevista com o Doutor Honorato Faustino de Oliveira, cuja a necessidade de tal ato, surgiu do problema envolvendo as escolas públicas do Estado (instrução pública), no sentido de haver um crescimento da população escolar e que haveria a necessidade de estender os turnos para três nas escolas, por isto, o jornal explica que foi checar com Honorato as informações, para se instruir melhor acerca do problema, pois outros jornais haviam relatado tal fato. Da entrevista, Honorato Faustino relata sobre a insuficiência de escolas, mas não sabe dizer quais seriam as resoluções do poder público, ratifica que será breve, mas sem precipitação, dado que poderia haver mais problemas no futuro. Informa ainda que, naquele ano, havia uma fila de espera de 600 pessoas, se impondo a partir daí a necessidade de novas escolas ou a abertura de novos horários. Outro ponto que Honorato destaca é o desinteresse dos homens ao magistério, pois estão “[...] fazendo dele simples escala para as posições definitivas da vida” (em transcrição livre), mas “Felizmente a mulher - a educadora por excelência – supre airosamente esta ausência, pois o numero de normalista é crescidíssimo e os resultados obtidos com a sua ação no magistério são tanto ou mais satisfatórios que os dos próprios professores (homens). Encerra a entrevista falando das possíveis providências, mas que, até aquele momento, não havia recebido nenhuma ordem ou sugestão formal da Instrução Pública do Estado.

Diário de São Paulo - 02/08/1929
MHPPM CE-CTSM-LRHF-96 · Item · 02 de agosto de 1929
Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

Matéria do jornal “Diário de São Paulo”, de 02 de agosto de 1929, intitulada “Como vai ser comemorado o 2 de agosto”, que trata sobre as celebrações referentes aos cinquenta anos da Escola Normal da Praça da República, em São Paulo, onde, dentre outros trechos, se lê: “No próximo ano completa a Escola Normal completa o 50º ano de sua reabertura. Para comemorar tão auspicioso evento, preparam-se, desde já, as festas, durante as quais se dará a inauguração da herma a Caetano de Campos. Trata-se de uma festa consagrada ao culto da tradição”. A matéria informa também que “o Grêmio Normalista 2 de Agosto vai comemorar a data com uma sessão lítero-musical”, em cujo programa consta o “Discurso pelo dr. Honorato Faustino de Oliveira, diretor da Escola Normal, que irá lançar, a pedido do Grêmio, a ideia de um Curso de Brasilidade, cujas lições serão depois enfeixadas em volumes e vendidas em benefício da herma a Caetano de Campos” (em transcrição livre).

Nossa Revista - 02/08/1929
MHPPM CE-CTSM-LRHF-86 · Item · 02 de agosto de 1929
Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

Matéria da revista “Nossa Revista”, do Grêmio Normalista da Escola Normal de Piracicaba, de 02 de agosto de 1929, intitulada “Dr. Honorato Faustino”, que traz dois retratos do dr. Honorato Faustino e um perfil biográfico do mesmo, onde, dentre outros trechos, se lê: “A ‘Nossa Revista’ estampando nesta página a fotografia do Exmo. Sr. Dr. Honorato Faustino, presta uma sincera homenagem ao diretor da Escola Normal que tanto serviço tem prestado ao magistério paulista e ao Grêmio Normalista ‘2 de Agosto’. [...] dado seus méritos, alcançou o elevado cargo de Diretor da Escola Complementar de Piracicaba (1904). Mostrou ser, aí, tanto hábil diretor quanto bom mestre, pois o estabelecimento por ele dirigido mereceu elogios como ‘estabelecimento de primeira ordem em disciplina, boa organização e eficiência de ensino’, abrindo o ‘livro de ouro’, organizado pela Diretoria Geral da Instrução Pública” (em transcrição livre).

Matadouro Municipal de Piracicaba
BR SPCVP CE-MATP · Coleção · 1823 - 1929
Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

Início de 1823.
Há somente sete meses a então Freguesia de Piracicaba tinha sido elevada à categoria de Vila, com o nome de Vila Nova da Constituição e, com isso, tinha sido instalada a Câmara Municipal.
Nesses primeiros meses, a Câmara tratou de diversos temas relativos à dinâmica do cotidiano de então, até que, no dia 15 de março, em 1823, foi discutido em sessão sobre o “Contrato do Talho e da Carne Verde em praça”. Contrato que foi arrematado por Constantino Manoel, “por oito mil réis pelo ano”. Era a primeira manifestação, em ata, de assunto referente a local de armazenamento e comércio de carnes, no caso, o “talho”, que seria o equivalente ao que hoje conhece-se como “açougue”.
Pelos anos seguintes, tendo a cidade um tamanho diminuto, abordou-se nas sessões tópicos referentes somente a “remate do talho da carne verde” e “remate da fatura de uma casa de açougue”.
Com o passar do tempo, o consequente crescimento da cidade junto com o aumento da população fez com que a matança de reses, de forma natural, acabasse se concentrando num local específico, na área central, conhecido então como “lugar da forca”. A citação a esse local é feita na sessão de 11 de janeiro de 1849, o que denota que possivelmente o espaço já abrigasse atividades referentes ao abate de animais. O “lugar da forca” tratava-se do pátio da forca, então convertido em matadouro, e situava-se entre as atuais ruas Moraes Barros e XV de Novembro, com margem para o Itapeva (atual Avenida Armando de Salles Oliveira).
Pode ser que, quando do início das matanças, esse lugar não fosse tão próximo das habitações, mas, com o passar do tempo, os habitantes naturalmente foram se instalando ali por perto, o que gerou temores por parte dos vereadores quanto à salubridade pública, como demonstrado pela ata da sessão de 01 de fevereiro de 1850.
Essa preocupação quanto à necessidade de se achar um outro local para servir como matadouro fez com que, nos dois anos seguintes, 1851 e 1852, se discutisse na Câmara sobre a mudança de lugar do matadouro. Nas sessões dos dias 25 e 26 de outubro de 1852, foi tratado sobre a “urgente necessidade de haver nesta Vila um Matadouro Público”. Foi o primeiro registro referente à necessidade da construção de um matadouro público propriamente dito.
Pelos oito anos seguintes, a construção do matadouro público não seria levada a cabo.
Somente em 1860, no dia 19 de agosto, voltou-se a ser aventada a possibilidade da mudança para um novo local por “ter caído o rancho do matadouro público desta cidade”. Foi necessário que a edificação desabasse para que os vereadores caíssem na realidade e algo de concreto acontecesse quanto à construção de um novo espaço.
Quase dois meses depois, nos dias 10 e 11 de outubro de 1860, foram aprovados a mudança do matadouro e respectivo orçamento, sendo, inclusive, apresentado, de forma detalhada, o plano de construção.
Nove meses mais tarde, em 21 de julho de 1861, o presidente da Câmara, ao abrir a sessão, declarou que “o motivo da presente sessão era para o recebimento do novo matadouro público”. Esse novo matadouro se localizava no início da rua do Rosário, às margens do córrego ltapeva, onde funcionaria até novembro de 1913.
Nos anos seguintes, de acordo com os registros, surgem reclamações de cidadãos quanto às condições de limpeza do matadouro.
E apenas seis anos seriam necessários para que aparecessem insatisfações quanto à instalação do matadouro no local em que estava. No dia 06 de abril, em 1867, algumas considerações foram feitas, em sessão, sobre vários temas, dentre eles o do matadouro: “Afeta a salubridade pública a conservação do matadouro no lugar existente, onde a falta absoluta de água para lavar o lugar da matança de reses faz exalar um fédito insuportável”. Era levantada a “necessidade de mandar preparar um local bem acima do salto, onde, com a abundância d’água possa consumar-se o estabelecimento com o asseio necessário”.
A insatisfação quanto às condições de higiene e salubridade do matadouro, tanto relativas aos aspectos específicos do ato da matança e o que isso gera de rejeitos, quanto à precariedade das instalações e também proximidade com as habitações, tudo isso fez com que, em diversas ocasiões, a Câmara abordasse a possibilidade de mudança de local e a construção de um novo matadouro.
Após a primeira manifestação, lá em 1867, indicando que era preciso construir um outro matadouro num novo lugar, em mais 20 ocasiões essa necessidade foi levantada na Câmara, num intervalo de 36 anos, compreendido entre 1873 e 1909.
Em nenhuma delas a intenção chegou a sair do papel.
Dentre todas essas vinte manifestações, duas chamam a atenção: as que constam nas sessões de 07 de janeiro de 1887 e de 01 de outubro também de 1887.
Em 07 de janeiro de 1887, a sessão registrou o seguinte: “Entre as necessidades mais palpitantes e urgentes da cidade figura, em primeiro plano, a remoção do matadouro para local mais apropriado, onde possa ser construído edifício com todos os melhoramentos necessários e originais para estabelecimento desta ordem. O edifício atual, ridículo e infecto, é ainda estreito para conter o gado ali depositado para a matança. O crescimento da cidade para suas imediações incompatibiliza a permanência nesse foco de infecção que a saúde e as [horas de adiantamento] reclamam a supressão. Em seu arquivo possui a Câmara um plano do matadouro que parece aperfeiçoado, fornecido generosamente pelo distinto engenheiro Miguel Assmussen”.
Nessas poucas linhas extraídas da ata, constata-se: a urgência da mudança para um edifício mais bem estruturado; a situação extremamente precária do prédio de então; a proximidade dos habitantes junto às imediações do local e os riscos sanitários que isso significava; e, por último, o que é mais incompreensível: a existência, nos arquivos da Câmara, de um plano para um novo matadouro, oferecido pelo engenheiro Miguel Assmussen.
Miguel Assmussen que era o engenheiro responsável pela construção do Mercado Municipal, obra que, aliás, por essa mesma época, nesse início de 1887, ele entregaria ao Município. A Câmara tinha, então, arquivado, um plano de autoria de um profissional comprovadamente competente, mas que não foi posto em prática. O plano no arquivo estava, no arquivo continuou.
E no dia 01 de outubro de 1887, em sessão, os vereadores discutiam sobre a possibilidade de se fazer o emplacamento de casas e ruas da cidade, quando o então vereador Prudente de Moraes emitiu sua opinião em sentido contrário ao emplacamento, pois “Considera o emplacamento melhoramento de ordem secundária e que não deve ser preferido a outras de muito mais utilidade e urgência, como a construção de um novo matadouro, que, entretanto, tem sido adiada pela Câmara por falta de recursos. Entende que a Câmara tem muitas obras a fazer antes de tratar de emplacamento, que é obra mais de luxo e sem grande utilidade para a nossa cidade”.
Em seu pensamento, Prudente de Moraes entendia que a cidade precisava de obras que resultassem em melhoria concreta de qualidade de vida para a população, dentre essas obras, estava a construção urgente de um novo matadouro. Prudente viveria mais 15 anos. Nesse período chegaria a Presidência da República e depois voltaria pra Piracicaba, onde continuaria advogando. Faleceria em 1902, sem ver o novo matadouro. E este só iria ser entregue em 1913. Onze anos após a morte de Prudente e 26 depois dessa sessão de 1887.
O projeto que finalmente gerou a construção do matadouro foi apresentado na data de 04 de julho de 1910. Nessa sessão, uma comissão formada especificamente para tratar do assunto referente ao matadouro, composta pelos vereadores Torquato da Silva Leitão, Aquilino José Pacheco e Fernando Febeliano da Costa, relatou que conseguiu do engenheiro sr. Octávio Teixeira Mendes uma planta para construção do matadouro que satisfazia por completo as necessidades de então.
Quanto à planta, alegou a comissão que “o abatimento do animal a sacrificar é feito de modo racional e todas as operações consecutivas por que passa o mesmo até ser entregue ao consumo são cuidadosa e inteligentemente delineadas, notando-se, de mais, que, em todas, a mais rigorosa higiene é mantida. Não descuidou também o autor da planta de atender ao desenvolvimento crescente de nossa cidade, dando ao edifício disposições tais que ligeiras modificações internas o tornam utilizável ainda por dilatados anos”.
Com relação ao terreno, a comissão relatou que “de acordo com estudos já feitos pela Câmara, o que deve ser preferido é uma faixa de terreno na fazenda Algodoal de propriedade do sr. João Baptista da Rocha Conceição, junto ao Guamium”.
Assim, foi apresentado pela comissão um projeto de lei autorizando a construção do matadouro. E nessa mesmo sessão, o projeto foi aprovado em 1ª discussão.
A aprovação em 2ª e última discussão se deu uma semana depois, no dia 11 de julho de 1910.
Pelos meses seguintes ocorreram as negociações com o proprietário do terreno onde iria ser construído o matadouro, e, na sessão de 08 de novembro de 1910, o prefeito Fernando Febeliano da Costa relatou, perante os vereadores, os detalhes das negociações que, pelo que registra a ata, não foram fáceis.
O prefeito informou “dos passos que dei junto ao proprietário dos terrenos considerados os mais apropriados para aquele serviço, dos resultados nulos desses passos, e indicar-vos afinal o que julgo conveniente no caso”.
Relatou que oficiou o Sr. João Baptista da Rocha Conceição, proprietário do terreno, sobre o deliberado pela Câmara quanto a escolha do terreno.
Afirmou que recebeu resposta do Sr. João Conceição, e que essa resposta “deu-me a esperança de poder em breve prazo realizar a compra”.
Dias depois, o prefeito, junto ao Sr. João Conceição, fez uma visita minuciosa ao local, ocasião em que o prefeito indicou qual a parte de terra necessária para a construção e pediu para o Sr. João Conceição colocar preço na área pretendida, alegando que “havia urgência em ultimar aquele negócio”.
Quanto ao preço, o Sr. João Conceição “não o quis fazer de pronto”. Mas posteriormente enviou uma carta ao prefeito, informando que decidiu pelo valor de dez contos e propondo uma permuta por alguns terrenos da municipalidade. Ocorre que esses terrenos têm um valor superior a quinze contos de réis. Em resumo, ele queria trocar o terreno dele que valia dez, pelos da prefeitura, que valiam mais de quinze.
Diante dessa situação, o prefeito afirmou que a estimativa do Sr. João Conceição é “desarrazoada”, e que na cidade não existem terras “rústicas, superiores, cobertas de mata virgem e na melhor localização possível” que valham sequer uma quinta parte do valor que ele estipulou.
Sendo assim, o prefeito alegou que não podia “de forma alguma, realizar a compra do terreno pelo preço estipulado”, e que, caso comprasse, não estaria tendo o zelo necessário com o dinheiro público.
Diante desse impasse, e levando em conta a urgência em se construir o matadouro, eis que a prefeitura já estava com tudo pronto para as obras; e considerando que a construção de espaço de tal importância “não pode ficar à mercê de interesse particular”, o prefeito propõe a decretação de utilidade pública e desapropriação do terreno.
Nessa mesma sessão a desapropriação é aprovada pela Câmara.
Menos de um mês depois, em 05 de dezembro de 1910, a desapropriação é aprovada em 2ª e última discussão.
Passam-se um ano e quatro meses, e, em 01 de abril de 1912, o prefeito informa que no processo de desapropriação, o Sr. João Conceição procurou “entrar em acordo com a municipalidade, para pôr um termo a questão”, e ofereceu uma “proposta vantajosa”, a qual foi aceita pelo prefeito.
Resolvida a questão da desapropriação, pelo restante do ano de 1912 e por boa parte de 1913 correram as obras. E na sessão de 04 de novembro de 1913, o prefeito Fernando Febeliano da Costa, afirma que as obras foram concluídas e que era necessária a criação do cargo de administrador para o matadouro. Nessa mesma sessão ele propõe a criação desse cargo e a proposta é aprovada em 1ª discussão.
No dia seguinte, 05 de novembro de 1913, a criação do cargo de administrador é aprovada em 2ª discussão.
Pouco mais de três semanas depois, o Matadouro Municipal é inaugurado, no dia 29 de novembro de 1913.
Dois dias depois da inauguração, na sessão de 01 de dezembro de 1913, a ata registra que Honorato Faustino, eminente diretor da Escola Normal, atual Escola Estadual Sud Mennucci, agradece convite feito para comparecer à inauguração do matadouro, e também há o registro de que foi recebido um “Cartão da diretora do Asilo de Órfãs, agradecendo o presente que lhe foi enviado pela Câmara, de um quarto de carne de vaca”.
Possivelmente, o ato da Câmara presentear o Asilo de Órfãs com uma quantia de carne de vaca tenha sido em virtude da inauguração do matadouro. Um ato de caridade para com a instituição, como uma forma de celebrar a inauguração do novo espaço público da cidade.
Após a virada do ano, na primeira sessão de 1914, no dia 15 de janeiro, o prefeito apresenta o relatório referente ao ano de 1913, e no relatório diz que a construção do matadouro “foi a obra magna” do ano que se findou. Relata também que “em 29 de novembro de 1913, honrada com a presença do Exmo. Sr. Dr. Paulo de Moraes Barros, muito digno secretário da Agricultura, teve lugar inauguração solene do novo próprio municipal”. Orgulhoso da obra, afirma ainda que “não será vaidade nem presunção supormos que o matadouro novo se torne modelo para os municípios que entenderem erigir em seus territórios um estabelecimento daquele gênero”.
O Matadouro Municipal funcionou até 10 de maio de 1973.
De 1975 a 1985, o prédio onde ele se situava funcionou como entreposto de abastecimento de gêneros alimentícios.
Após esse período, ficou em total abandono e serviu como depósito para diversas secretarias.
Somente entre 2003 e 2004, a fim de abrigar a EMDHAP - Empresa Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Piracicaba, o prédio foi recuperado, mantendo as características originais de sua construção.
Dado a sua importância social e histórica, esta coleção especial foi pensada e criada como forma de rememorar o aniversário de 110 anos do Matadouro de Piracicaba, comemorado em 2023. A coleção é formada por documentos textuais (manuscritos) produzidos e recebidos pela Câmara Municipal, como atas de sessões e normativas, que narram a história de tal lugar, desde as primeiras discussões sobre a questão do comércio da chamada "carne-verde", preocupações com higiene e saúde pública, construção do matadouro, inauguração em 29 de novembro de 1913 e primeiros momentos de funcionamento da edificação.

Sem título
São Caetano Jornal - 03/02/1929
MHPPM CE-CTSM-LRHF-74 · Item · 03 de fevereiro de 1929
Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

Recorte do jornal “São Caetano Jornal”, intitulado “O segredo da disciplina”, de 03 de fevereiro de 1929, de autoria de Honorato Faustino de Oliveira. O recorte traz uma crônica, vivenciada por um professor inicialmente insatisfeito com a indisciplina de sua turma, e que desejava uma oportunidade para mudar de classe. Em dado momento, consegue realizar este desejo, pois um colega havia deixado o magistério – “É uma classe excelente, disciplinadíssima recomendou o diretor”. Porém, “desde o primeiro dia de aula começou a decepção do novo professor. Os alunos não correspondiam aos elogios do diretor: mostravam-se inquietos, distraídos” (em transcrição livre). Devido a situação fora de controle, o personagem do professor é orientado a buscar os conselhos do antigo colega. Destes conselhos que buscou, o trecho em destaque é: “Quando um professor é assíduo, esforçado, entusiasta, bem humorado, sugestiona seus alunos para obterem as mesmas qualidades” (em transcrição livre).
Honorato encerra a crônica mostrando que: “Este caso é verídico e observado em minha longa peregrinação pelos arraiais do ensino” (em transcrição livre).

O Estado de São Paulo - 03/08/1929
MHPPM CE-CTSM-LRHF-97 · Item · 03 de agosto de 1929
Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

Matéria do jornal “O Estado de S. Paulo”, de 03 de agosto de 1929, intitulada “O 49º aniversário da reabertura da Escola Normal”, onde se lê: “A festa com que a Escola Normal da capital comemorou ontem o 49º aniversário da sua reabertura foi uma encantadora reunião das centenas de senhoritas que ali aprendem a arte de ensinar. Houve cantos pelo Orpheão, recitativos, números de piano e a entrega do prêmio Pereira Barreto à aluna Helena Gama Duarte, que no 3º e 4º anos do curso conseguiu notas distintas em Física e Química. O Hino Nacional fechou-a, tendo também feito um discurso o diretor da casa, sr. Honorato Faustino de Oliveira” (em transcrição livre).

Tribuna Popular de Itapetininga - 31/03/1928
MHPPM CE-CTSM-LRHF-59 · Item · 31 de março de 1928
Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

Matéria do jornal “Tribuna Popular de Itapetininga”, de 31 de março de 1928, intitulada “Dr. Honorato Faustino”, onde se lê: “Para substituir o diretor da Escola Normal da Capital, durante seu impedimento, foi nomeado o dr. Honorato Faustino de Oliveira, diretor da Escola Normal de Piracicaba, ilustre e estimado itapetiningano que honra o magistério paulista, pela sua reconhecida competência e correção” (em transcrição livre).