Inquirição das testemunhas, Domingos Albertin, João Pereira Cardoso e Paulino Manoel de Oliveira
Domingos Albertin: 26 anos de idade, italiano, residente em Piracicaba e caixeiro. Ao ser inquirida, a testemunha relatou que, no dia em questão, achava-se em sua casa, quando chegou Luigi Bagno, que “perturbou a ordem” e insultou o acusado, Rafael Mazzeo, e logo em seguida deu uma pedrada no mesmo acusado. Disse também que “ouviu dizer por todos que se achavam presentes que Luigi Bagno se achava ofendido com uma facada e que o ofensor tinha sido o acusado presente Rafael Mazzeo e que este já tinha sido preso em flagrante delito” (em transcrição livre)
João Pereira Cardoso: 38 anos de idade, português, residente em Piracicaba e negociante. Ao ser inquirida, a testemunha relatou que:
“achava-se em frente a casa onde se deu o crime e viu o acusado presente Raphael Mazzeo e a primeira testemunha Domingos Albertin alterarem-se com palavras com Luigi Bagno e depois de dirigirem-se reciprocamente algumas palavras que a testemunha não entendeu e logo em seguida viu Luigi Bagno atirar uma pedra para o lado da casa de onde saíam as vozes e seguiu proferindo algumas palavras insultuosas parecendo ao respondente que este retirava-se, quando saiu da casa Domingos Albertin que por seguindo Luigi Bagno alcançou e subjugou-o e nessa ocasião chegou o acusado presente Raphael Mazzeo e ofendeu Luigi Bagno com a faca e para isso puxou Bagno das mãos de Domingos para um lado, não tendo ofendido quando Domingos Albertin subjugava o ofendido” (em transcrição)
O depoimento de João Pereira Cardoso foi contestado pelos acusados, que disseram não ser verdade o fato narrado. A testemunha sustentou o seu depoimento.
Paulino Manoel de Oliveira: 23 anos de idade (mais ou menos), casado, natural de Sorocaba, residente em Piracicaba e domador. Ao ser inquirida, a testemunha relatou que estava perto da casa onde ocorreu a briga, e viu Luigi Bagno atirar uma pedra para o lado de onde vinham as vozes dos acusados, e em seguida retirar-se para o lado do cemitério. Disse ainda que viu Domingos Albertin perseguir o ofendido, e subjuga-lo, “logo chegando o acusado Raphael Mazzeo e deu uma facada no ofendido que se achava preso por Domingos Albertin” (em transcrição livre)
Os acusados deram como verdade o depoimento da testemunha, menos a parte em que diz que a facada ocorreu quando Luigi Bagno se encontrava preso por Domingos Albertin. A testemunha sustentou o seu depoimento.
Documento redigido pelo escrivão, Joaquim Alves, e assinado pelo Delegado/Juiz, Amador de Campos Pacheco, os acusados Rafael Mazzeo e Albertin e Rafael e as testemunhas, João Pereira Cardoso e a rogo de Paulino Manoel de Oliveira, por não saber escrever, Manoel Francisco de Mattos.