Cópia das posturas da Câmara Municipal da Constituição, aprovadas pela Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, em 29 de abril de 1861
Saõ 3 artigos de posturas incluindo um proibindo de lavar roupas nos três chafarizes da cidade.
Cópia das posturas da Câmara Municipal da Constituição, aprovadas pela Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, em 29 de abril de 1861
Saõ 3 artigos de posturas incluindo um proibindo de lavar roupas nos três chafarizes da cidade.
Inquirição da testemunha Bento Vollet Junior. Tem-se as seguintes informações sobre ele (qualificação): “Bento Vollet Junior, de 25 anos de idade, proprietário, casado, natural e morador desta cidade” (em transcrição livre)
No depoimento, Bento Vollet Junior informou que na madrugada do dia 26 de novembro de 1895, apresentou-se em sua casa o denunciado Marco Bonetti, relatando o que acabara de ocorrer. Que ele depoente aconselhou que Bonetti fosse a cidade apresentar-se e dar parte a polícia desta ocorrência. Vollet relatou que ouviu o relato dos acontecimentos de Rosa Bonetti. Disse conhecer o denunciado e saber que ele é “um homem de bons costumes, muito trabalhado e sossegado e que isto pode afirmar, porque o mesmo denunciado é seu empregado” (em transcrição livre). Sobre a vítima, Felisbino Queiroz, disse que o conhecia a muitos anos, e que “pode afirmar que era um homem trabalhador e comportado, mas que embriagava-se algumas vezes em cujas ocasiões tornava- se intolerável, por ficar provocador e insolente” ” (em transcrição livre)
Documento redigido pelo escrivão Joaquim Antônio de Mattos, e assinado pelo Juiz (Rafael Marques Coutinho), réu (Marco Bonetti), pelo advogado (Nicolau Tolentino Rodrigues Barrevios) e pela testemunha Bento Vollet Junior
Inquirição da testemunha, Domingos Júlio. Tem-se as seguintes informações sobre ele (qualificação): Domingos Júlio, 30 anos, casado, negociante, italiano e residente em Piracicaba.
Ao ser inquirida, a testemunha relatou que: “ (...) em dia do mês passado por ocasião de um pequeno divertimento que se realizava em sua casa, ali se achavam o réu presente, Domingos Albertin e Luigi Bagno, entre outras pessoas; que Luigi perturbava o divertimento professando obscenidades pelo que foi advertido por ele depoente e convidado a retirar-se. que o réu presente também insistiu com Luiz para retirar se e que este enfurecendo se arremessou-lhe uma pedra na cabeça fazendo-lhe sangue; que depois deste incidente ele depoente viu Luigi queixar-se de que estava ofendido com uma facada, não podendo ele depoente dizer, por não ter visto, com que condições Luigi foi ofendido; que as pessoas presentes indicavam o réu como autor da ofensa feita em Luigi, mas que em relação a Domingos Albertin somente ouviu dizer que interveio no conflito para apaziguar e não para segurar a vitima a fim de que o réu a ofendesse” (em transcrição livre)
Documento lavrado pelo escrivão, Francisco França e assinado pelo Juiz, Rafael Marques Coutinho, pela testemunha e pelo réu, Rafael Mazzeo.
Inquirição da testemunha, Francisca Maria Augusta. Tem-se as seguintes informações sobre ela (qualificação): Francisca Maria Augusta, 20 anos de idade, casada, natural de Tatuí e residente nesta cidade.
Ao ser inquirida, a testemunha relatou que: “(...) no dia 24 do corrente, as seis horas da manhã a sua alugada* Leocadia dirigiu-se para baixo da casa buscar lenha para trazer para a cozinha, que dali a pouco ela testemunha que se achava na porta da rua ouviu gritos que partiam do quintal, que dirigindo-se para ali viu Leocadia vir subindo uma escada que comunica a cozinha com o quintal. Que Leocadia estava coberta de sangue e quando viu a ela testemunha pediu-lhe que a acudisse. Que junto a escada se achava o acusado presente com uma faca desembainhada na mão, e que este ao ver ela testemunha voltou a faca contra si fazendo com esta um ferimento no lado esquerdo e depois dirigiu-se para a porta e desapareceu. Disse mais que algum tempo já o pardo Virginio o havia dada uma bordoada na cabeça de Leocadia, fazendo-lhe um profundo ferimento (...)Disse mais que atribui o fato criminoso ao ciúme que Virginio tem de Leocadia com quem entretinha relações amorosas” (em transcrição livre).
O acusado, Virginio, alegou que: “Leocadia quem lhe fez o ferimento que ele apresenta que a faca era dela, que ele se apoderou dela e fez com esta os ferimentos em Leocadia” (em transcrição livre)
Documento redigido pelo escrivão, José Antônio de Oliveira Silveira e assinado delegado, João Nepomuceno de Souza e por Bernardo de Mello e Silva, a rogo da testemunha, por esta não saber escrever
*O termo “alugada”, provavelmente refere-se a um dos tipos de trabalho escravo existentes no Brasil do século XIX. Os chamados “de aluguel” eram escravizados alugados por seus senhores a terceiros, normalmente para algum ofício específico, como, por exemplo, cozinheiro (a).
Inquirição da testemunha, João Rabino Neponoceno. Tem-se as seguintes informações sobre ele (qualificação): João Rabino Neponoceno, 58 anos de idade, casado, lavrador, natural de Jundiaí e morador de Piracicaba.
Ao ser inquirida, a testemunha fez um relato muito parecido com o da 1º testemunha (João Francisco Barbosa ), que, no dia 20 de agosto de 1887, Carlos Salvadori relatou que seu pai havia desaparecido, então ele, e mais indivíduos saíram em busca, quando encontraram Victorio Salvadori morto, deitado de costas, com ferimentos na cabeça, mas sem vestígios de sangue, o que levada a crer que ele não havia sido morto ali. Além disso o cadáver tinha os pulsos inchados, denotando que havia sido amarrado e conduzido por mais de uma pessoa. Disse ainda que:
“(...) no bairro corre como certo que os autores da morte de Victorio foram seus filhos Carlos, Benjamin e a nora (...) Disse mais que Victorio tinha uma herança para receber da Europa” (em transcrição livre)
Documento redigido pelo escrivão, Francisco Antônio Galvão e assinado pelos presentes.
Inquirição da testemunha, João Rabino Neponoceno. Tem-se as seguintes informações sobre ele (qualificação): João Rabino Neponoceno, 58 anos de idade, casado, natural de Jundiaí e morador de Piracicaba.
Ao ser inquirida, a testemunha fez um relato muito parecido com o prestado anteriormente, no dia 21 de setembro de 1887 (item 17), acrescentando, quando saíram para procurar Victorio Salvadori:
“Depois de terem caminhado alguns passos, Carlos disse que não continuava a caminhar com eles, porque ia a Cidade buscar sua gente para procurar a seu pai. ele depoente, estranhando isto, replicou, dizendo a Carlos que achava melhor irem juntos dali, Carlos nada disse e separou-se do grupo e veio em direção à Cidade. Ele depoente e seu irmão voltaram para casa e resolvendo procurar a Victorio a tarde. De fato, neste tempo, saíram de casa e foram em direção a casa de Victorio e chegando perto ouviu choro o que fez dele depoente presumir já ter sido encontrado a Victorio e entrando na casa deste com seu irmão Joaquim Barbosa Sobrinho viram a Anna Gaviola que chorava dizendo que Victorio ainda não tinha sido encontrado” (em transcrição livre)
Documento redigido pelo escrivão, José Manoel da França e assinado pelos presentes.
Inquirição da testemunha, Joaquim Marçal de Camargo Salles. Tem-se as seguintes informações sobre ele (qualificação): Joaquim Marçal de Camargo Salles, 20 anos de idade, solteiro natural e morador de Piracicaba (em companhia de seu pai).
Ao ser inquirida, a testemunha relatou que: “(...) no dia em que se deu o fato, as 8 horas da manhã, mais ou menos, passava ele de depoente em frente a casa de Francisca Maria Augusta e vendo ali várias pessoas e entre elas o Doutor Alvim e Joaquim Moreira Coelho, parou na porta – convidando-o a dona da casa para entrar, entrou e então esta contou que um preto de Francisco Pimenta Gomes, tinha nessa manhã dado sete facadas na sua alugada* de nome Leocadia, dando-se esse fato no quintal de sua casa” (em transcrição livre)
Documento redigido pelo escrivão, José Manoel de França e assinado pelo juiz, Canuto José Saraiva, pelo curador do réu, Prudente José de Moraes Barros e pela testemunha.
*O termo “alugada”, provavelmente refere-se a um dos tipos de trabalho escravo existentes no Brasil do século XIX. Os chamados “de aluguel” eram escravizados alugados por seus senhores a terceiros, normalmente para algum ofício específico, como, por exemplo, cozinheiro (a).
Inquirição da testemunha Manoel Ferraz Netto. Tem-se as seguintes informações sobre ele (qualificação): “Manoel Ferraz Netto, com 42 anos de idade, casado, lavrador, natural e residente nesta Piracicaba, à rua da Boa Morte nº19, sabendo ler e escrever. Aos costumes disse nada” (em transcrição livre)
No depoimento, Manoel Ferraz Netto dá um relato similar ao presado anteriormente, em 30 de outubro de 1913: Que se achava na janela de sua casa, que é fronteira a de Rodrigo Nogueira, que escutou a detonação de um tiro. Que viu um trolle parado na frente da casa do denunciado e dentro dele um homem que “fazia fogo contra Rodrigo Alves de Nogueira.
Documento redigido pelo ‘ajudante habilitado’, Medardo Ferreira Neves, e assinado pelos presentes.
*”Aos costumes disse nada” é uma expressão usada para indicar que a testemunha não tem parentesco, afinidade especial ou conflitos o réu, ou com as partes envolvidas no processo
Inquirição da testemunha, Manoel Joaquim Alves. Tem-se as seguintes informações sobre ele (qualificação): Manoel Joaquim Alves, 60 anos (mais ou menos), casado, proprietário, natural de Piracicaba e morador desta.
Ao ser inquirida, a testemunha relatou que, no dia do fato, estava em sua casa (na rua Direita) quando ouviu um tiro vindo da direção da casa de Sebastiana Maria de Oliveira. Quando perguntado sobre os motivos do crime, respondeu:
“que supõe ser por causa de ciúmes, por que ambos frequentavam a casa de Sebastiana” (em transcrição livre)
Documento lavrado pelo escrivão, José Manoel de França e assinado pelo juiz municipal suplente, Inocêncio de Paula Eduardo, e por Francisco Pinto Nunes, a rodo da testemunha, por esta não saber escrever.
Inquirição da 2º testemunha, o alferes Martinho José Ribeiro. Tem-se as seguintes informações sobre ele (qualificação): Alferes Martinho José Ribeiro, de 36 anos de idade, casado, natural de São Paulo, de passagem pela cidade e militar.
Ao ser inquirida, a testemunha relatou que não sabia como se tinha dado o incêndio que destruiu os autos, que estava dormindo e que foi acordado pelos gritos do Tenente Antônio Alberto de Figueiredo, que estava na sala, e que, correndo até ele, o encontrando “incendiando-se” as suas roupas, bem como estavam incendiadas as roupas de cama e os papéis. Que acudiu imediatamente o dito Tenente, e que conseguiu apagar o fogo com a ajuda de alguns camaradas que estavam na casa. Ao ser perguntado, respondeu que não sabia se o réu havia recebido alguns autos do escrivão Manoel Alves Lobo e que só soube dos autos queimados após os exames do incêndio.
Documento lavrado pelo escrivão, Joaquim de Oliveira Cézar, assinado pelo Juiz, Francisco José da Conceição, pelo Promotor Público da Comarca, Carlos Henrique de Aguiar Melchert, pela testemunha e pelo réu.