Parte de um caderno especial referente aos 229 anos de Piracicaba, a página E-21 traz, na parte superior da folha, uma matéria intitulada “Salgot Castillon: um político que fez história”. Dessa matéria, referente à trajetória política do sr. Francisco Salgot Castillon, destacam-se os seguintes trechos: “A ditadura, aliada à suspensão de direitos políticos, calou a voz de muitas pessoas, que, eleitas pelo povo, pretendiam mudar a história da cidade com propostas. Esta fase foi vivida com intensidade pelo ex-prefeito e engenheiro civil Francisco Salgot Castillon (...). Salgot conta que, naquela época, Piracicaba vivia uma política atribulada, cheia de descompassos, mas orgulha-se de ser o único a vencer uma eleição a prefeito, após deixar a Câmara como vereador. (...). Com um alto índice de popularidade, político respeitado especialmente na zona rural da cidade, autor do projeto que instituiu os prontos-socorros no município e a eletrificação e telefonia completa dos bairros mais distantes e com bom relacionamento nos poderes Legislativo e Judiciário, o ex-prefeito desconhece (...) os motivos que acarretaram em sua cassação. (...). Apesar de preferir não comentar, o ex-prefeito confidencia que João Guidotti, adversário político nas eleições à Prefeitura e irmão do ex-prefeito Luciano Guidotti, teria liderado um grupo com o objetivo de ‘tirá-lo do poder’. A gota d’água, de acordo com ele, teria sido a vitória de Castillon nas eleições (...). Em 1979, com a aprovação da anistia e o retorno dos políticos exilados e cassados, Salgot começou a ser sondado entre os partidos para uma possível candidatura. (...). Castillon afirma que se decidisse se candidatar teria dificuldades, já que os dois partidos existentes na época, o MDB e a Arena, comandada pelos militares, tinham suas adversidades. ‘Pelo MDB não era possível sair, uma vez que era o partido de Guidotti. A Arena, por sua vez, era o partido dos militares, justamente os que cassaram meu mandato’, comenta o ex-prefeito. (...). Convidado por [Antônio Carlos de] Mendes Thame [prefeito de Piracicaba no período 1993-1996], após sua posse, a orientá-lo politicamente, Salgot Castillon ressalta que chegou ao Centro Cívico (sede da Prefeitura) e teve a impressão que o espaço o pertencia. ‘Parecia que alguém havia me roubado três anos de mandato e 10 anos de direitos políticos. Senti que tinha muito a fazer e fui cerceado’, lamenta o ex-prefeito. ‘Gostaria de ter administrado a cidade com plenitude’, remete-se ao passado. (...) Francisco Salgot Castillon é daqueles políticos que se pode afirmar ter história na cidade”. À parte o conteúdo referente ao sr. Francisco Salgot Castillon, o jornal trazia referências a outros assuntos. Por se tratar de um caderno especial de aniversário da cidade, a edição trouxe matérias referentes a quatro pessoas de grande importância pra história cultural de Piracicaba: Nhô Serra, Craveiro & Cravinho e Edson Rontani. A página E-25 traz a matéria “Serra herdou talento para contar e cantar”, cujos destaques são os seguintes trechos: “A arte de contar histórias vai acabar. Não tem quem conte e não tem quem ouça. A previsão é do cantador de cururu, contador de histórias e benzedor, Sebastião da Silva Bueno, o Nhô Serra. Se hoje não tem quem escute, segundo ele, é culpa do relógio. Quem ouve não pode ter pressa. (...). Serra nasceu na zona rural de Piracicaba, ouvindo o avô e o pai contando histórias durante toda a madrugada. (...). Sobre o talento herdado da família, Serra explica que, na zona rural, para ser o líder é preciso ser contador de história, cantador, benzedor e parteiro”. A página E-26 traz a matéria “A ‘música raiz’ na voz de Craveiro e Cravinho”, em que se destacam os seguintes trechos: “O sotaque caipira de Piracicaba nunca esteve tão bem representado como através da música de ‘Craveiro e Cravinho’. Difundindo a música sertaneja raiz, os irmãos Sebastião Franco (Craveiro) e João Franco (Cravinho), começaram a se apresentar em uma época em que ser cantor sertanejo não era moda”. A página E-28 traz a matéria “Rontani tem o seu espaço no mundo das HQs”, em que se destacam os trechos seguintes: “Quando o artista gráfico e colecionador piracicabano Edson Rontani comprou a sua primeira revista em quadrinhos, a ‘Mirim’, em 1943, a cidade ainda não tinha sequer banca de revistas. Rontani recorda que, nesta época, os jornaleiros saíam pelas ruas carregados com jornais e revistas e batiam de porta em porta oferecendo o produto. (...). Rontani tinha que escolher entre os gibis e os doces. A opção pela leitura, fez do piracicabano um dos maiores colecionadores de quadrinhos do Brasil”. Também na página E-28 há um anúncio da Câmara de Vereadores de Piracicaba congratulando a cidade. O anúncio traz, em destaque, a congratulação, com o seguinte teor: “Parabéns, Noiva da Colina. Neste 1º de agosto, dia de seu 229º aniversário”. Traz, ainda, os nomes de todos os vereadores e vereadoras da legislatura 1993-1996 e, em destaque, os nomes dos integrantes da Mesa Diretora do biênio 1995-1996, cujos componentes eram os seguintes: “Vanderlei Luiz Dionísio – Presidente; Moacir Bento de Lima – Vice-presidente; Elídio Maniero – 1º Secretário e Jorge Rodrigues Martins – 2º Secretário”.