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Na série “Livro de Retalhos de Honorato Faustino” encontram-se os documentos presentes em uma encadernação, composta por matérias de jornais, manuscritos e bilhetes, reunidos por Honorato Faustino de Oliveira, então diretor da Escola Normal de Piracicaba (Sud Mennucci). Tal encadernação foi doada para o Museu Histórico e Pedagógico de Piracicaba pelo bisneto de Honorato, o senhor Roberto de Oliveira Cardoso e por sua mãe, neta do dito diretor, Lurdinha de Oliveira Santos, durante a solenidade de inauguração da exposição “Cápsula do Tempo – Mistérios Revelados”, que ocorreu em Piracicaba no dia 15 de novembro de 2022. Tal encadernação tem em seu conteúdo recortes de matérias de jornais, além de um manuscrito com o resumo da vida de Honorato com educador e cartões endereçados a ele. Ressalta-se que os recortes de jornais não foram colados na encadernação de maneira cronologia, optou-se por manter a ordem original do livro, na disposição feita por seu produtor. Tais também apresentam informações complementares, como origem, local, periódico e data, feitas de maneira manuscrita pelo próprio Honorato. “Neste livrinho, assim como em outros de meu arquivo, está registrada, embora desordenadamente e sem observar a ordem cronológica dos fatos, a minha vida dedicada ao mister educativo da infância e da mocidade da minha terra, de 1885 a 1930. Quem tiver curiosidade e paciência de ler, ao menos por alto, o que tenho conservado a esse respeito, verá que fui dedicado à sagrada e mal recompensada missão que o destino me confiou. ” (em transcrição livre)

Recorte do jornal “O Estado de São Paulo” de 27 de abril de 1922, sobre uma sessão comemorativa do suplício de Tiradentes e do 25º aniversário do estabelecimento da Escola Normal de Piracicaba. Segundo consta na matéria, tal sessão foi presidida pelo senhor Sud Mennucci, delegado regional de ensino. Em seu discurso o senhor Mennucci saudou o diretor da Escola, Honorato Faustino, que há poucos dias havia concluído o curso de medicina pela Faculdade de Curitiba e este foi agraciado com um mimo com a dedicatória “ ao homem que se fez apóstolo, ao mestre que se fez exemplo”. Na ocasião foram executados números de canto pelo “Orpheon” da escola, dirigidos pelo professor Fabiano Lozano e os professorandos Esther Vaz de Almeida e Antônio Oswaldo de Andrade.

Recorte do jornal “Tribuna do Povo” de Itapetininga, de 24 de dezembro de 1916, em matéria intitulada “Novo Médico”, na qual o veículo de comunicação parabeniza o “conterrâneo” Honorato Faustino por ter concluído o curso de medicina da Universidade de São Paulo. Nesta também o jovem Alcebiades Calazans Luz, filho de José de Calazans Luz, residente daquela cidade, foi aprovada com distinção no segundo ano do curso naquela mesma universidade.

Recorte do jornal Gazeta de Piracicaba, de 23 de abril de 1922, intitulado como “Escola Normal: Festa comemorativa do 25º aniversário de sua fundação”. Neste, consta que dois dias antes, 21 de abril de 1922, comemorou-se o aniversário de 25 anos de fundação da Escola Normal. O recorte informa ainda que na reunião solene de comemoração, além dos alunos e professores, estava o então delegado regional de ensino Sud Mennucci, que abriu a reunião e, seguido a ele, houve a apresentação do Orpheon (coral) da escola, sob a regência do maestro e professor Fabiano Lozano. Sud Mennucci, ainda naquela sessão, ofertou em nome dos professores um anel de médico, ao então diretor Honorato Faustino de Oliveira.

Recorte do “Jornal de Piracicaba”, de 05 de novembro de 1922, intitulado “Escola Normal”. Neste, o jornal reproduz uma citação encontrada e lida no jornal “O Estado de São Paulo”, no dia anterior àquela publicação. O trecho informa que a Liga Nacionalista de São Paulo buscava meios de aproximar os diferentes estados do país, de modo que esta aproximação se daria pela troca de correspondências entre os alunos das escolas públicas de outras circunscrições. Porém, citam que a ideia, como acontece geralmente com as boas, ficou apenas “no vasto cemitério das tentativas nati-mortas” (em transcrição livre), mas ao mesmo tempo, destaca que a Escola Normal, já havia praticando este exercício, entre piracicabanos e jovens de outros estados, sendo, portanto, exceção no país.

Recorte do “Jornal de Piracicaba”, de 05 de abril de 1920, sobre o 26º aniversário de fundação da Escola Normal de Piracicaba “Desde seus primeiros tempos de existência, tem sido a Escola Normal de Piracicaba uma das mais luminosas fontes de educação, no Estado e na República” (em transcrição livre). O jornal também informa que, devido ao tempo chuvoso que se tem manifestado, a festa comemorativa foi transferia para o dia 21 do mesmo mês.

Recorte do jornal “Gazeta de Piracicaba”, de 04 de julho de 1923, que versa sobre um ofício recebido por Honorato Faustino pelo então Secretário do Interior, Alarico Silveira, tal correspondência tem o seguinte teor: “Acuso o recebimento do relatório desse estabelecimento correspondente ao ano findo de 1922, trabalho esse revelador do esforço e competência do corpo docente e administrativo dessa Escola Normal” (em transcrição livre).

Matéria do jornal “O Estado de São Paulo”, de 11 de novembro de 1923, intitulada “Educação Artística”, onde se lê: “Realizou-se ontem, no anfiteatro do Jardim da Infância, uma bela festa de educação artística. Como noticiamos em outra parte, fez-se ouvir o Orpheon da Escola Normal de Piracicaba, que veio a esta capital em visita à instituição congênere da Praça da República, a qual apresentou, em seguida, idêntico corpo coral, facultando, desta guisa, um confronto fértil em incentivo” (em transcrição livre).

Matéria do “Jornal de Piracicaba”, de 07 de março de 1926, intitulada “O ensino de música – orpheons infantis”, em que transcreve um texto publicado no jornal “A Gazeta”, de São Paulo, que trata sobre a disciplina de música, onde se lê: “Ainda há bem poucos dias o maestro João Gomes Junior, em viagem de inspeção às escolas de Piracicaba, teve oportunidade de observar o progresso em que se encontra o ensino de música nessa adiantada cidade. Entusiasmado com esse fato e desejando estimular, ainda mais, os professores locais, o sr. J. Gomes, cujo nome é bastante conhecido nos meios artísticos do país discorreu sobre o assunto no anfiteatro da Escola Normal... Do termo deixado pelo maestro João Gomes no livro de visitas da Escola Normal, destacamos o seguinte trecho referente ao Orpheon Infantil: ‘Assisti ao Orpheon Infantil, sob a direção do professor dr. Honorato Faustino. Deixo os meus aplausos com entusiasmo pelo modo que cantaram diversas canções, com bastante alma e vida. Está nesta Escola definitivamente inaugurado esse Orpheon” (em transcrição livre).

Recorte do “Jornal de Piracicaba”, de 04 de junho de 1927, em matéria intitulada “Na Escola Normal” que fala sobre a visita do maestro Marcello Tupynambá a Escola Normal de Piracicaba, acompanhado do cantor Eurico Mendes. Segundo consta, os visitantes tiveram a oportunidade de assistir a uma pequena audição do Orpheon infantil e do Grupo Modelo Anexo. E, em correspondência à gentileza, o senhor Eurico Mendes cantou algumas produções do maestro Tupynambá, acompanhadas ao piano pelo autor.