Auto de prisão em flagrante, no qual consta a informação que, no dia 31 de janeiro de 1893, havia comparecido na sala das audiências da Delegacia de Polícia da cidade de Piracicaba o inspetor de quarteirão, José Antônio Maria, informando que no domingo, dia 29 do mesmo mês, Pedro Ernesto Leite e Paulino de Tal foram a sua casa, conduzindo preso o italiano Rafael Mazzeo, por este ter ofendido com uma faca a um patrício* seu. No documento costa também as perguntas feitas a Mazzeo, das quais obtém-se as seguintes informações:
Rafael Mazzen: 28 anos de idade, solteiro, filho de Francisco Mazzeo, alfaiate, natural da Itália, nascido na Sicília e que sabe ler e escrever.
Ao ser perguntado se sabia a razão de sua prisão, respondeu que era por ter dado um “cutucão” com uma faca em um patrício seu, que não sabe o nome. E sobre os motivos para tal, respondeu que:
“(...) achava-se em casa de Domingos de Tal, seu patrício, dançando, chegando o ofendido e querendo também dançar o respondente e outras companheiros de dança repeliram-no porque o ofendido calçava chinelos portanto indecente para entrar na dança, o ofendido retirou-se e logo depois voltou encontrou o respondente a porta da rua da sua casa deu-lhe uma pancada na cabeça não sabendo dizer com que e vendo que podia ser ofendido puxou por sua faca e agrediu o seu agressor, este pediu-lhe que não o matasse, ao que o respondente atendendo, disso, não lhe mato mas dou um cutucão e assim o fez com a faca que trazia em punho.” (em transcrição livre)
Documento redigido pelo escrivão, Joaquim Alves, e assinado pelo Delegado, Amador de Campos Pacheco, o “respondente”, Rafael Mazzeo, e as testemunhas, José Antônio Maria, João Pereira Cardoso e a rogo de Pedro Ernesto Leite, por não saber escrever Manoel Francisco de Mattos.
*Patrício: pessoa da mesma pátrio ou localidade que outra