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              JP. 07/02/1965
              M.C CE-E.L.Q-02-JP-25 · Item · 07 de fevereiro de 1965
              Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

              Jornal de Piracicaba, de 07 de fevereiro de 1965 (domingo)

              A edição traz, na primeira página, como manchete, o seguinte: “Primeira luz sobre as origens do desabamento do arranha-céu”. Abaixo da manchete, há o seguinte texto: “A estrutura do bloco que caiu não era idêntica à do que ficou de pé”.

              JP. 07/11/1964
              M.C CE-E.L.Q-02-JP-03 · Item · 07 de novembro de 1964
              Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

              Jornal de Piracicaba, de 07 de novembro de 1964 (sábado)

              A edição desse dia dá grande destaque à queda do Edifício Comurba, ocorrida no dia anterior. A capa do jornal é quase inteiramente dedicada à cobertura da tragédia. A manchete trazia o seguinte título: “Impressionante catástrofe abalou a cidade”. Abaixo da manchete, há um texto, que resumia os assuntos abordados na matéria, com o seguinte teor: “Ruiu metade do Edifício ‘Luiz de Queiroz’, destruindo totalmente o Cine Plaza – Socorros aos feridos e solidariedade em face da pavorosa tragédia. 14 mortos, cerca de 20 desaparecidos e numerosos feridos, o trágico balanço do desastre. Continuam os trabalhos de desentulho, seguidos ansiosamente por membros das famílias dos desaparecidos”.
              Devido a técnicas de formatação de jornais da época, a longa matéria que se segue se inicia na página 1 e continua na página 4. Essa edição do jornal foi a do dia seguinte ao acontecido. Trazia, no frescor do momento, relatos minuciosos os mais diversos. Em virtude disso, dessas verdadeiras preciosidades jornalísticas, a matéria referente ao assunto será transcrita, a seguir, em sua íntegra:
              “Piracicaba foi abalada ontem por uma das maiores tragédias de que há memoria em seus anais: ruiu a metade do Edifício ‘Luiz de Queiroz’, de 15 andares, que era o orgulho dos piracicabanos, pela imponência de sua arquitetura, e pela grandiosidade da construção, que era a maior em área construída do interior do Estado, pois abrangia 22.000 metros quadrados de construção, em plena Praça José Bonifácio”.

              “O QUE ERA O EDIFÍCIO ‘LUIZ DE QUEIROZ’ - O edifício, palco da tragédia sem precedentes em nossa cidade era um monumento de arrojo e de fé dos piracicabanos. Quando se ultimou a reforma da Praça José Bonifácio, no fim do governo Samuel Neves e princípios da primeira administração Luciano Guidotti, um terreno imenso ali ficou, de vários proprietários, sem que um plano surgisse para realizar algo de grandioso pela cidade. Com as gestões do comendador Luciano Guidotti, um pugilo de piracicabanos resolveu formar uma incorporação, com a finalidade de construir um edifício grandioso, que bem traduzisse os anseios de progresso da cidade. Nasceu assim a Cia. de Melhoramentos Urbanos – Comurba, com cerca de 100 acionistas. O seu presidente é o dr. Raul Coury. Foi instituído um concurso de projetos, saindo vencedor o arquiteto Fabio Penteado, um dos mais renomados nomes da moderna arquitetura brasileira, que assinou inúmeros projetos da maior responsabilidade em São Paulo. Os estudos de sondagens do subsolo foram confiados à Geotecnica, uma das mais idôneas firmas na especialidade, na capital paulista, que para aqui se transportou com seu aparelhamento tendo perfurado o subsolo, encontrando vasta diabase, que foi perfurada em 10,5 metros de espessura. Assim, sobre rocha viva, de mais de 10 metros de altura, se assentaram os poços de concreto de onde nasceram as colunas de sustentação do edifício. Os cálculos foram realizados por escritório contratado, também da capital paulista, Moura Abreu, calculistas de grandes estruturas de São Paulo. A construção foi confiada a duas firmas da cidade: Holand Limitada e Coury Limitada, que trabalharam sob a orientação dos especialistas paulistanos. O Edifício ‘Luiz de Queiroz’, como dissemos, tem 22.000 metros quadrados de construção, sendo dividido em dois corpos distintos: um, que vai da rua São José até a metade, mais ou menos, constituído por salas para escritórios, um clube, e galeria de lojas, e outro, o que ruiu, unido por uma junta de dilatação, e que continha 54 apartamentos, já em fase de acabamento, e 6 lojas. Sob o edifício, havia uma garage com capacidade para mais de 50 automóveis. Para se avaliar o tamanho do prédio, basta dizer que, somente a área da garagem do Edifício ‘Luiz de Queiroz’, era maior do que todo o Edifício ‘Santo Antonio’, sito à rua da Boa Morte”.

              “COMO SE DEU O DESASTRE - Seriam 13:35 horas, em meio a silencio, sem dar o menor sinal, sem ter se observado trinca ou rachadura, abruptamente, toda a ala que dá para a rua Prudente de Moraes, do prédio da Comurba, veio abaixo, com grande estrondo, levantando-se uma nuvem de caliça que escureceu por completo toda a Praça José Bonifácio. Estarrecidas, centenas de pessoas que se achavam naquela parte do centro da cidade, voltaram suas vistas para o Edifício ‘Luiz de Queiroz, que toma todo quarteirão entre as ruas São José e Prudente de Moraes, percebendo, desde logo, o alcance da catástrofe. Passado o traumatismo que o desastre provocara nas centenas de pessoas que presenciaram, pode-se dizer que todos que estavam no centro da cidade correram para o local, na tentativa de prestar ajuda aos atingidos, que se previa serem muitos, considerando-se o tamanho da parte do edifício desmoronado, com 15 andares e 45 metros de largura. Isso fez estabelecer-se no local enorme confusão, com gritaria de parentes de possíveis vítimas, pois além dos operários que ali trabalhavam, calculados em trinta, o movimento de pedestres e de automóveis naquele momento era grande, como costuma ser nas primeiras horas da tarde, o que faz prever que o número de vítimas vá além de três dezenas”.

              "CORDÃO DE ISOLAMENTO - Com a chegada da polícia e do corpo de bombeiros, logo foi estabelecido o cordão de isolamento para evitar novos desastres, desde que o povo afluia para a Praça José Bonifácio de todos os pontos da cidade. No perímetro central o tráfego se tornou intenso, sendo impossível o estaciona- mento de carros. Era visível a angústia de todos, que procuravam notícias, solidarizando-se com o pesar de muitos lares piracicabanos. As indústrias locais, secundando os poderes públicos, se movimentaram para prestar socorros. Possantes máquinas começaram os serviços de remoção dos escombros, enquanto que da região e de São Paulo unidades de corpos de bombeiros rumavam para Piracicaba. Graças à compreensão geral, os trabalhos foram realizados com grande eficiência, prosseguindo durante toda a noite na remoção dos entulhos e busca das pessoas soterradas”.

              “SALVA EM EMOCIONANTE LANCE - Na ocasião do desabamento, se encontravam na ‘bomboniere’ o sr. Victorio Moretti, funcionário do cinema e a srta. Clarice Carrel, que ali trabalhava. Mais de uma hora depois do desastre, quando o proprietário de um Simca, que se achava na garagem do prédio, foi ali retirá-lo, (com risco de vida) veio informando ter ouvido gemidos lá na garagem. Bombeiros e o dr. Raul Coury para lá se dirigiram e acabaram por localizar Clarice, que gemia e pedia socorro. Estava presa entre vigas de cimento armado, traves de madeira e ferro. A muito custo foi aberta passagem, cortando cimento, serrando madeira e ferro, dali retirando a vítima, após 4 horas de sofrimentos. Transportada para a Santa Casa, foram constatados sérios ferimentos, mas até a hora que redigíamos esta nota, estava reagindo bem”.

              “UMA FAMÍLIA INTEIRA VITIMADA - Nota das mais dolorosas foi a tragédia que se abateu sobre a família do sr. Francisco Candeias Coroa, proprietário da conhecida Casa Portuguesa: residindo no prédio ao lado, na rua Prudente de Moraes, nos altos da Casa Opera, que ficou completamente destruída, a sra. d. Maria Isabel Marques Pereira, sogra do sr. Francisco Candeias Coroa, e estando doente, para lá se dirigiram suas filhas d. Almerinda Pereira Coroa, esposa do sr. Francisco, sua filhinha Fatima Aparecida Pereira Coroa e suas irmãs Maria do Carmo Marques Pereira e Adelia Marques Pereira. Todos esses cinco membros da família foram apanhados pelos escombros, vindo a falecer no local da tragédia. Ao lado da casa, dentro do automóvel e aguardando as outras senhoras, encontrava-se a sra. profª Maria de Lourdes Pereira, professora do Instituto de Educação Sud Mennucci e esposa do prof. Evaristo Marques Pereira, que também foi gravemente atingida, sendo transportada para a Santa Casa, sendo grave seu estado”.

              “CINCO AUTOMÓVEIS SOB ESCOMBROS - Cinco automóveis ficaram sob os escombros. Um deles, do dr. Orlando Veneziano, foi deixado segundos antes ali estacionado, pois mal o causídico atingira o edifício da Caixa Econômica, ali em frente, rumo ao Forum, o prédio caiu, escapando assim por instantes, apenas. Transitando pelo local, depois de ter estado na Casa Opera, morreu tragicamente o sr. Antonio Neder, antigo e estimado comerciante nesta cidade”.

              “OS SOCORROS AOS FERIDOS - Imediatamente após a catástrofe, o Pronto Socorro Municipal e o Samdú acorreram ao local, assim como elementos do Corpo de Bombeiros, autoridades policiais e municipais, enquanto que a equipe da Santa Casa de Misericórdia se punha a postos, a fim de socorrer os feridos. Impressionante a ocorrência de pessoas ao banco de sangue da Santa Casa, notadamente de operários de várias indústrias. O Corpo de Bombeiros de Campinas acorreu com viaturas, enquanto que a Colsan de São Paulo comunicava ao nosocômio que estava providenciando um avião da FAB para remeter sangue para os feridos. De Campinas, da Associação Médica, veio oferecimento de ajuda. De Rio Claro, numa comovedora prova de solidariedade, para aqui rumaram duas ambulâncias: uma do Círculo Operário de Rio Claro e outra da Casa de Saúde e Maternidade Santa Filomena. Aqui estiveram os médicos rio-clarenses drs. Jedaias Norberto, Augusto Motta, Luiz Ângelo, Dirceu Penteado, Cândido Alvarenga, José Takara, José Marciano, da Santa Casa daquela cidade e do Hospital Santa Filomena. Também de Limeira, Rio das Pedras, São Pedro e de Ribeirão Preto a classe médica ofereceu sua solidariedade”.

              “DESTRUÍDO TODO O CINE PLAZA - A magnífica casa de espetáculos, que era o Cine Plaza, foi inteiramente destruída: cabines de projeção e cerca da metade da plateia, bem como o saguão de entrada. Felizmente, o desastre ocorreu com a casa vazia”.

              “FERIDOS SOCORRIDOS NA SANTA CASA - Afora os que apresentaram pequenas escoriações, foram socorridos na Santa Casa: Sebastião Antonio Queiroz, rua José Pinto de Almeida 2172; Marcos Palombo, Av. Prudente de Moraes, Rio Claro; Iolanda Doná Silva, rua Prudente de Moraes 670; Cláudio Pires da Silva, rua Prudente de Moraes 670; Vera Lúcia da Silva, mesmo endereço; Anísio Pereira da Silva, Corumbataí; Maria Aparecida Arruda, Água Santa”.

              “DEPOIMENTO IMPRESSIONANTE - Depoimento dos mais impressionantes colhemos do sr. Luiz Andia, um dos proprietários do Cine Plaza, que no justo momento em que caiu o prédio, nele se encontrava, junto com seu progenitor e dr. Alcides Martinelli F.o, no escritório do cinema: disse-nos o sr. Andia que de repente o chão começou a tremer violentamente, as paredes foram sacudidas como num terremoto, e uma nuvem os envolveu a todos os três, que escaparam milagrosamente, pois ficaram exatamente onde a fratura do prédio se deu, pois de onde se encontravam a três metros em diante, tudo ficou soterrado. O escritório do cinema fica ao lado esquerdo do saguão de entrada, enquanto que do lado direito ficavam as bilheterias e a bomboniere, que foram destruídas completamente”.

              “OS MORTOS - Foram retirados os seguintes corpos, dos escombros: Maria Isabel Pereira; Almerinda Pereira Coroa; Fatima Aparecida Pereira Coroa; Maria do Carmo Marques Pereira; Adelia Marques Pereira; Emilia Alonso Crivelari; José Francisco Telles Rodrigues, estudante de Agronomia e que residia na pensão sita à rua Prudente 670; Nestor Gilberto de Lima; Gilberto Sizoto 16 anos; Afonso Mendes de Barros 15 anos; Clovis Galvani, 9 anos; Antonio Neder, Adail Ribeiro Filho, contínuo do Banco do Brasil e Ludovico Felipe Neto”.

              "DESAPARECIDOS – Segundo informações da direção da Comurba, estariam trabalhando na ala do edifício que desabou cerca de 20 operários, entre os quais o mestre de obras sr. Ovidio Magri; o sr. Manoel Ferreira Grosso, mestre dos carpinteiros. Na ‘bomboniere’ do Cine Plaza se achava o sr. Vitorio Moretti. Todos estão desaparecidos, temendo-se serem encontrados durante a remoção dos escombros”.

              “AUTORIDADES PRESENTES - Ao encerrarmos esta edição, já se encontravam na cidade autoridades estaduais, entre as quais o Secretário da Saúde, sr. Arquimedes Lamoglia. Tomando conhecimento da tragédia, o dr. Hugo de Almeida Leme, ministro da Agricultura, que se encontrava em Brasília, imediatamente rumou para nossa cidade, devendo ter chegado por volta de 1,30 horas. É que a notícia se espalhou para todo o Brasil, que se voltou para Piracicaba, procurando acompanhar o desenrolar do acontecimento. Embora o sr. prefeito municipal não se encontrasse na cidade, tendo somente chegado às últimas horas da noite, segundo informações que recebemos em palestra que mantivemos com o sr. Lázaro Pinto Sampaio, presidente da Câmara Municipal, o Município deverá decretar luto em virtude da tragédia. A Câmara, na próxima segunda-feira, somente abrirá os trabalhos, encerrando-se a sessão em seguida, em sinal de pesar”.

              A edição traz, além da matéria principal, outras partes referentes à queda do Comurba. Na primeira página, na parte inferior, no centro, há a seguinte nota:
              “O ‘Diário’ não circulou hoje – Em virtude da interdição da rua Prudente de Moraes, entre a Praça José Bonifácio e rua Alferes José Caetano, onde estão localizadas a redação e a oficina do ‘Diário de Piracicaba’, esse jornal não está circulando hoje”. Nessa ocasião, um jornal, cuja função é dar notícia, acabou sendo ele o objeto da notícia.

              Também na primeira página, na parte inferior, há a seguinte nota:
              “Centro Cultural e Recreativo ‘Cristóvão Colombo’ – Comunicado – A Diretoria do Centro Cultural e Recreativo ‘Cristóvão Colombo’, associando-se ao pesar de toda a cidade, abalada com o trágico acontecimento de ontem, resolveu transferir a realização do ‘Baile da Saudade’ programado para a noite de hoje. Ermor Zambello – Presidente”.

              Ainda na primeira página, no lado direito, há a seguinte nota:
              “O Centro Acadêmico ‘Luiz de Queiroz’, tendo em vista o inesperado acontecimento que abalou toda a população noivacolinense, vem comunicar que as solenidades de posse da nova diretoria marcadas para o dia de hoje, foram adiadas ‘sine die’. Na oportunidade os estudantes de Agronomia através desse órgão representativo manifestam seu pesar a todas as famílias enlutadas. Egon János Szenttamasy – Presidente”.

              Também na primeira página, no lado direito, parte inferior, há a seguinte nota:
              “ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA ‘LUIZ DE QUEIROZ’ - O prof. Erico da Rocha Nobre, respondendo pela Diretoria da Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ da Universidade de São Paulo, em face do infausto acontecimento que abalou toda a cidade — o desabamento de parte do Edifício ‘Luiz de Queiroz’ deliberou suspender, hoje, o funcionamento da Escola, apresentando pêsames às famílias atingidas pelo doloroso desastre. A Diretoria”.

              Na página 4, na parte inferior, no lado direito, há a seguinte nota:
              “Clube Atlético Piracicabano – Luto Oficial - Em virtude do infausto acontecimento que enlutou toda a cidade, a diretoria do Clube Atlético Piracicabano resolveu decretar luto oficial por 3 dias, cancelando todas as atividades sociais. José Roberto Caldari — Presidente”.

              Também na página 4, no lado direito, há a seção “Necrologia”, que traz nomes de pessoas que faleceram na queda do Edifício Comurba:
              “Jovem Clóvis Galvani – Faleceu ontem nesta cidade, em consequência da catástrofe que enlutou Piracicaba o jovem Clóvis Galvani. O extinto era filho do sr. Anersio Galvani e de d. Terezinha Galina Galvani. Deixou os irmãos: João, Rosa, Francisca, Ana e Isabel Galvani. Seu sepultamento dar-se-á hoje, às 11,30 horas, saindo o féretro da rua Barão de Serra Negra, 305 (Vila Rezende), para a necrópole da Saudade, onde será inumado em jazigo perpétuo da família".

              "Sra. Emília Alonso Crivelari - Faleceu ontem em consequência da catástrofe, do desabamento do prédio Comurba, a sra. d. Emília Alonso Crivelari. A extinta era casada com o sr. Domingos Crivelari Filho. Deixou uma filha: Maria das Graças Crivelari, menor. A extinta era filha do sr. José Alonso Gonsales e de d. Maria Engracia Garcia. Eram seus irmãos: Ida, casada com o sr. José Alipio Gallo; Eurides, Luiz, Carmen e Maria Bernardete, solteiros. Seu sepultamento dar-se-á hoje, às 9,30 horas, saindo a urna mortuária da rua Fernando de Souza Costa, 2589, para a necrópole da Saudade, sendo seu corpo inumado em jazigo perpétuo da família".

              "Sr. Ludovico Felippe Netto (Ico) - Faleceu ontem, vítima do desabamento do prédio Comurba, o sr. Ludovico Felippe Netto. Contava 33 anos de idade, era casado com d. Avelina Galvani Felippe e deixou os filhos menores: Normelia, Nereire e Neidir Felippe. Eram seus pais: sr. Carlos Felippe e d. Maria do Carmo Felippe. Seu sepultamento dar-se-á hoje, às 11,30 horas, saindo a urna mortuária da rua Barão de Serra Negra, 305, para a necrópole da Saudade, onde será inumado em jazigo perpétuo da família".

              À parte o conteúdo referente ao Edifício Comurba, o jornal trazia referências a outros assuntos. Na primeira página, no lado esquerdo, na parte inferior, há uma nota, com o seguinte teor:
              “Na PRD 6 Rádio Difusora de Piracicaba – Ouçam amanhã das 21 às 23hs, por ocasião do encerramento da Convenção da União Democrática Nacional em São Paulo, o discurso do seu candidato à Presidência da República, o ínclito e impoluto governador Carlos Lacerda. Caravana a São Paulo – Partirá amanhã às 17 horas da Praça da Catedral a representação que Piracicaba enviará à capital do Estado, a fim de prestigiar o encerramento da convenção pró candidatura de Lacerda 66. Contribuição do Comitê Piracicaba pró Lacerda 66”.

              A ditadura militar estava no poder havia seis meses e, naquele período, acreditava-se que os militares, num futuro breve, devolveriam à população o direito de eleger um presidente da República através de eleições diretas. Por isso a movimentação em torno da candidatura de Carlos Lacerda para as eleições que, cria-se, em breve aconteceriam. Como sabido, a Presidência voltou aos civis somente em 1985, e as desejadas eleições presidenciais só ocorreram em 1989.
              A edição traz ainda demais notícias, crônicas sociais, anúncios comerciais e profissionais.

              JP. 08/11/1964
              M.C CE-E.L.Q-02-JP-04 · Item · 08 de novembro de 1964
              Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

              Jornal de Piracicaba, de 08 de novembro de 1964 (domingo)

              A edição desse dia, pela brevidade do acontecido, traz grande destaque aos desdobramentos da queda do Edifício Comurba. Desde análises técnicas até necrologia com nomes de vítimas e mensagens de solidariedade. A manchete trazia o seguinte título: “Iniciada a peritagem para apurar as causas do lamentável acidente”. Abaixo da manchete, há um texto, que resumia os assuntos abordados na matéria, com o seguinte teor: “Comissão de técnicos esteve ontem nesta cidade – Comovedoras provas de solidariedade ao povo piracicabano – Ansiosa expectativa em torno da remoção dos escombros – Inicia-se movimento em prol das famílias necessitadas das vítimas da catástrofe”. Da longa matéria, destacam-se os seguintes trechos:

              “Passados os momentos de estupefação, causados pelo que podemos denominar de a maior catástrofe que se abateu sobre a cidade, desde muitos anos, o povo, as autoridades, os diretores da Comurba dirigem seus olhares para o remanescente do Edifício ‘Luiz de Queiroz’, que permanece ereto, na Praça José Bonifácio, tortuoso em suas linhas graciosas, como um enorme ponto de interrogação: que será feito dele? Oferecerá perigo imediato, ou remoto? Seguindo-se de outras perguntas: que teria acontecido? Por que caiu toda aquela massa de construção, que parecia tão sólida? Realmente, a cidade está em ‘suspense’, temerosa e confiante. Temerosa de que a tragédia possa repetir-se, com toda a sua surpresa e brutalidade. Confiante em que, possuindo o Brasil, mormente São Paulo, os maiores técnicos em cimento armado do mundo, com experiência talvez igualada em grandes metrópoles, porém não ultrapassada, certamente que teremos quem possa examinar o problema com autoridade, ditando as medidas que a técnica de estruturas aconselha, ouvindo a sentença dos que podem ser juízes, em matéria altamente especializada”.

              “CONVOCADOS OS TÉCNICOS - Afora o comparecimento obrigatório, legal, da polícia técnica, que tem seus especialistas, foram convocados os engenheiros responsáveis pelos cálculos realizados e pela execução da obra, num necessário reestudo da conjuntura, para, após detido exame do local, e também do material extraído dos escombros, tirar uma conclusão dos motivos que estão atrás da pavorosa tragédia que enlutou toda Piracicaba. Assim, estiveram nesta cidade, ontem, os engenheiros Osvaldo Moura Abreu, Nelson de Barros Camargo e Waldemar Teetz, do Escritório Moura Abreu, de São Paulo, que promoveram os cálculos do concreto do Edifício ‘Luiz de Queiroz’, prof. Dante Martinelli, da Cadeira de Estruturas, da Escola de Engenharia de São Carlos; dr. Herbert Giede, especialista em problemas de escoramentos e dr. Ernete Araújo, engenheiro perito da Polícia Técnica, que se reuniram com os diretores da Comurba, colhendo informes, para depois percorrerem detidamente a parte do Edifício que se acha em pé e os escombros da parte que derruiu. Segundo pudemos saber, a Comissão de Peritos, depois de debater os problemas em foco, resolveu aconselhar uma zona de interdição, por motivos de segurança (...)”.

              “CONTINUAM BRAVAMENTE OS TRABALHOS DE DESENTULHO – São dignos dos maiores elogios os trabalhadores que se entregam à faina ingrata e estafante de remover o enorme material acumulado pela queda do prédio. Pessoal municipal, do DER, polícia e guarda civil, Tiro de Guerra e Bombeiros, pessoal da indústria e voluntários (...). Hora após hora, os metros cúbicos do pesado material vão saindo e de vez em quando um quadro acabrunhador se nos depara: mais um corpo, mais uma vítima, algumas vezes irreconhecível, tornando-se necessário o concurso de familiares, para pelas vestes e outras características, se proceder à identificação. (...)”.

              “RELAÇÃO DOS MORTOS – O número de mortos ascende a 19 até às últimas horas de ontem, e o de feridos a 14. Eis a relação dos mortos: Emília Alonso Crivelari; Ermelinda Corôa; Adélia Marques Pereira; Maria do Carmo Pereira; Fátima Candeias Corôa; Maria Isabel Marques Pereira; Antonio Neder; Clóvis Galvani; Nestor Gilberto Lima; Adail Ribeiro da Silva; José Francisco Teles Rodrigues; Afonso Mendes Barros; Gilberto Sizotto; Ludovico Felippe Netto; Felisberto Mationi; José Jesuíno da Silva; Eduardo Tonyu Okida”.

              “RELAÇÃO DAS PESSOAS FERIDAS – Murilo Custódio José Ignácio; Anísio Pereira da Silva; Maria do Carmo Felipe; Luzia Maria Dias; Maria Marques Pereira; Claudino Pires da Silva; Idalina Doná Silva; Vera Lúcia Silva; Sônia Aparecida dos Santos; Maria Aparecida dos Santos; Maria Aparecida Firmino Arruda; Armando Sampaio; Clarice Carrel; Armando Sales Pires; Maria Fernandes Silva.

              “COMOVENTES PROVAS DE SOLIDARIEDADE AO POVO PIRACICABANO - Os jornais da capital abriram manchetes para noticiar a tragédia que os abalou. Não foi somente o interesse pela ‘notícia’ mas também uma prova generalizada de solidariedade ao povo e à cidade. Foi esse o tom por igual de todos os grandes jornais de São Paulo, de Santos, de Campinas e nossos colegas de cidades circunvizinhas. O sr. Gustavo Carrano, diretor da Companhia Paulista de Estradas de Ferro esteve ontem nesta cidade, para onde viajou expressamente, em missão da diretoria daquela estrada de ferro (...). Nosso conterrâneo, engenheiro Azis Maluf, para aqui se deslocou, colocando à disposição das autoridades um vasto equipamento mecanizado da companhia de que é diretor (...). As indústrias Pereira Lopes, de São Carlos, enviaram uma frota de máquinas pesadas e o respectivo pessoal para operá-las (...)”.

              “SOLIDARIEDADE AO POVO PIRACICABANO - A tragédia que se abateu sobre nossa cidade provocou impacto em todo o território paulista e mesmo fora de nosso Estado. Tivemos conhecimento de que, assim que as estações de rádio deram a notícia, muitas pessoas de Ribeirão Preto acorreram ao Hospital das Clínicas a fim de doarem sangue, para ser enviado a nossa cidade. Do sr. Lazaro Capellari, prefeito Municipal de São Pedro, recebemos o seguinte telegrama: ‘Em nome do povo São Pedro através imprensa apresento valoroso querido povo irmão Piracicaba votos profundo pesar pavorosa catástrofe abalou nossa Pátria’. O dr. Felisberto Pinto Monteiro, presidente do Rotary Club de Piracicaba recebeu a seguinte mensagem: O Rotary Club de Limeira vg. profundamente consternado doloroso desastre ocorrido essa cidade vg. coloca-se inteira disposição para quaisquer préstimos que necessitarem. Também os presidentes dos Rotary Clubs de Araras e Americana telefonaram, hipotecando sua solidariedade e de seus clubes ao povo piracicabano”.

              “REUNIÃO DE AUTORIDADES E TÉCNICOS - Ontem à tarde, realizou-se em dependência da PRD-6 uma reunião a que estiveram presentes os srs. com. Luciano Guidotti, prefeito municipal; prof. Nélio Ferraz de Arruda, vice-prefeito municipal; dr. Adyr Costa Romano, delegado regional de Polícia; Capitão Evandro Martins; Inspetor Ubirajara, da Guarda Civil; dr. Heitor Montenegro; sr. Lélio Ferrari; engenheiro Aziz Maluf; jornalista Sebastião Ferraz; profª Clarice de Aguiar Jorge; dr. Losso Netto e sr. José Luiz Guidotti, oficial de gabinete do governador Adhemar de Barros, além do dr. Raul Coury, presidente da Comurba, que veio trazer a palavra dos técnicos que se achavam em reunião na cidade, para estudar os problemas de segurança surgidos com a queda do edifício da Praça José Bonifácio. Em linhas gerais, foi esclarecido o que atrás já divulgamos sobre o assunto, sendo que as autoridades presentes debateram as medidas práticas para execução da tarefa de normalização de nosso centro urbano, no menor espaço de tempo possível. (...).

              “UM MOVIMENTO EM PROL DAS FAMÍLIAS DAS VÍTIMAS - Em reunião que realizou e Conselho Diretor do Rotary Club de Piracicaba, o seu presidente, dr. Felisberto Pinto Monteiro debateu a ideia de ser lançado um movimento de ajuda às famílias necessitadas das vítimas do desastre que enlutou a cidade. (...)”.

              No centro da página, há uma imagem exibindo os rostos de seis vítimas da tragédia. Abaixo da imagem, há a seguinte legenda:
              “VÍTIMAS DO SINISTRO — Aqui estampamos os retratos de algumas das vítimas do pavoroso desastre de sexta-feira última, sendo alguns já encontrados e sepultados e outros presumivelmente ainda presos aos escombros, uma vez que ali trabalhavam e ainda não voltaram ao seio de suas famílias: ao alto — Nelson Nunes, 24 anos, Av. Bairro Verde, 1799; José Carlos Botão, 22 anos, Av. Bairro Verde, 1805; e Ludovico Felippe, proprietário da Casa Opera. Em baixo: Benedito Eleutério, rua Zeferino Bacchi, 33; José Inácio, rua Zeferino Bacchi, 350; e o inditoso menino Clovis Galvani, Av. Serra Negra, 305”.

              No lado esquerdo da página, na parte inferior, há uma nota, da Prefeitura Municipal de Piracicaba, que tratava do seguinte: “Luciano Guidotti, prefeito municipal de Piracicaba, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei, resolve Declarar luto oficial por 3 (três) dias, em virtude da tragédia que abalou a nossa cidade na última sexta-feira, ocasionando a morte de dezenas de pessoas. Piracicaba, 7 de novembro de 1964”.
              Abaixo dessa nota, há uma outra, com o seguinte teor:
              “Ao povo de Piracicaba - Nestes momentos de tragédia e catástrofe, as famílias da Universidade do Estado de Ohio, E.E. U.U., atualmente residentes em Piracicaba, vem como vizinhos e amigos expressar o mais profundo pesar nesta hora de tristeza. Autorizo a publicação. Piracicaba, 7 de novembro de 1964. John H. Sitterley — Universidade do Estado de Ohio — Chief of party”.
              Na página 2, no lado esquerdo, na parte superior, há a seguinte nota: “Faculdade de Farmácia e Odontologia de Piracicaba - A Faculdade de Farmácia e Odontologia de Piracicaba, associando-se às manifestações de pesar para com as famílias piracicabanas, enlutadas com o desabamento do Edifício ‘Luiz de Queiroz’, deliberou suspender o expediente nesta data, apresentando suas condolências às famílias atingidas pelo infausto acontecimento. Piracicaba, 7 de novembro de 1964. Lauro Natali – Presidente”.
              Também na página 2, na parte superior, no centro da folha, há o que seria uma pequena seção dedicada a crônicas e poesias, intitulada “Pluma ao Vento”. Nesse dia, o autor Roberto Mateus publicou um pequeno texto, sob o título em latim “Nigro notanda lapillo...”, que, em português quer dizer "para marcar com uma pedra preta". Essa expressão era usada entre os antigos para se referir aos dias nefastos. Era uma oposição a outro dito: “albo notanda lapillo”, que era usado em referência aos dias felizes. Nesse texto, Roberto Mateus diz o seguinte:
              “É tão opressiva a angústia da ‘Noiva da Colina’, nesta hora marcada por uma pedra negra, que este cantinho, sempre tão despreocupado, nada lhe pode oferecer senão a solidariedade comovida, que só o silêncio traduz”. Ainda na página 2, no lado direito, no centro da folha, há a seção “Tribuna Pública”, possivelmente voltada a publicar opiniões e reclamações de pessoas. Nesse dia, a reclamação girou em torno do desrespeito ao ambiente de luto que vivia a cidade: “Abusos que precisam desaparecer - Se, em época normal, os abusos do volante não se justificam, em dias de luto, como os que estamos vivendo, podem ser catalogados como doentios, merecendo pronta ação das autoridades. Bem por isso que pedimos a quem de direito para coibir o excesso de velocidade, principalmente na Rua Moraes Barros, onde rapazes insensíveis, irresponsáveis, põem em perigo a vida de tantos inocentes, já assustados com a catástrofe que abalou todo o país – o desmoronamento do prédio da Comurba”.

              Na página 5, no lado esquerdo, na parte superior, há uma nota, com o seguinte teor: “Agradecimento - A Associação Paulista de Medicina, Secção Regional de Piracicaba, no momento trágico que nossa cidade atravessa, cumpre o dever de externar sua gratidão e agradecimento, a todos os médicos das cidades vizinhas, que, numa demonstração inequívoca de solidariedade humana e verdadeiro espírito cristão, ofereceram seus préstimos e hipotecaram solidariedade aos colegas de Piracicaba. A todos o nosso ‘Deus lhe pague’. Alcides Aldrovandi – Presidente”.
              Também na página 5, no lado esquerdo, no centro da folha, há um convite de missa de 3º dia, feito pela Escola Paroquial São Norberto, da Igreja São Judas Tadeu, pelas almas das seguintes pessoas, membros de uma mesma família: Fatima Lucia Pereira Coroa, Almerinda de Jesus Marcos Pereira Coroa, Delia de Jesus Marcos Pereira, Maria do Carmo Marcos Pereira e Ana Izabel Marcos Pereira. Ainda na página 5, no centro da folha, na parte superior, há uma “Mensagem de solidariedade na dor à família piracicabana”, emitida pela Federação Mariana Feminina, onde se destacam os seguintes trechos:
              “A Noiva da Colina, com seus filhos ordeiros, trabalhadores, avançando para o progresso, sempre alegres sorridentes, hoje veste sua roupagem negra da tristeza, da aflição, do sofrimento. Quantos lares, ontem contentes, hoje enlutados com a perda de seus entes queridos”.

              Também na página 5, no lado esquerdo, na parte inferior, há uma nota, da Porcelana Real S. A., intitulada “Mensagem a Piracicaba”, com o seguinte teor: “Diretoria e funcionários da Porcelana Real S. A., com sede em Mauá, São Paulo, consternados com o doloroso acontecimento que traumatizou Piracicaba e todo o Brasil, vem de público solidarizar-se com o nobre povo piracicabano, nesta hora de angústia, enviando às famílias enlutadas seu mais sincero pesar”. Abaixo dessa nota, há uma outra, de Otacílio Risonho e família, intitulada “Mensagem de solidariedade”, com o seguinte teor:
              “Neste momento em que toda Piracicaba, abalada com o trágico desmoronamento de parte do edifício da Comurba, de público venho expressar-lhe meus sentimentos de solidariedade, enviando à família Francisco Candeias Coroa e às de todos os vitimados pela catástrofe, os meus mais sentidos pêsames”.

              Nessa mesma página 5, no lado direito, na parte superior, há a seção “Necrologia”, que traz nomes de pessoas que faleceram na queda do Edifício Comurba:
              “Sr. D. Ana Izabel Marcos Pereira – Faleceu anteontem, vítima da pavorosa catástrofe que nos abalou a sra. d. Ana Izabel Marcos Pereira. A extinta, que contava 73 anos de idade, era viúva do sr. Álvaro Pereira, deixando um filho: prof. Evaristo, casado com a profª Lourdes Pereira. Deixa também 3 netos. Era mãe de Maria do Carmo Pereira, Almerinda de Jesus Marcos Pereira Coroa e Délia de Jesus Marcos Pereira, todas também falecidas no mesmo acidente, juntamente com sua neta Fátima Lúcia Pereira Coroa. Seu sepultamento deu-se ontem às 10 horas, com enorme acompanhamento, tendo a urna mortuária saído da av. Carlos Botelho, 552, para a necrópole da Saudade, ondo o corpo foi inumado em jazigo perpétuo da família”.

              “Menina, Fátima Lúcia Pereira Coroa – Faleceu anteontem nesta cidade a menina Fátima Lúcia Pereira Coroa. A extinta, que contava 6 anos de idade, era filha do sr. Francisco Candeia Coroa e da sra. d. Almerinda de Jesus Marcos Pereira Coroa. Deixa os irmãos: Mário, Álvaro e Francisco Pereira Coroa, solteiros. Seu sepultamento deu-se ontem, tendo a urna mortuária saído da av. Carlos Botelho, 552, para a necrópole da Saudade, ondo o corpo foi inumado em jazigo perpétuo da família”.

              “Jovem Nestor Gilberto de Barros - Faleceu anteontem vítima da pavorosa catástrofe o jovem Nestor Gilberto de Barros. Contava o extinto 18 anos de idade e era filho do sr. Joaquim Azevedo de Lima e de dona Inês Miquirini Lima. O seu sepultamento realizou-se ontem saindo o féretro do extinto da residência do extinto a Rua Febeliano da Costa 1444 às 13 horas para o Cemitério da Saudade onde foi inumado em jazigo da família. Jovem Gilberto Cizotto - Faleceu anteontem vítima da pavorosa catástrofe o jovem Gilberto Cizotto. Contava o extinto 16 anos de idade e era filho do sr. Osvaldo Cizotto e de dona Maria Camargo Cizotto. O seu sepultamento realizou-se ontem saindo o féretro da residência a Rua Coronel Barbosa 283, às 14:30 horas para o Cemitério da Saudade onde foi inumado em jazigo da família”.

              “Adail Ribeiro Filho - Faleceu anteontem vítima da pavorosa catástrofe que nos abalou o jovem Adail Ribeiro Filho. Contava o extinto 23 anos de idade e era filho do sr. Adail Ribeiro e de dona Florica de Lima Ribeiro. O seu sepultamento realizou-se ontem saindo a urna mortuária do Banco do Brasil, às 13 horas para o Cemitério da Saudade onde foi sepultado em jazigo perpétuo da família”.

              “Sr. Eduardo Tonyo Okida - Faleceu anteontem nesta cidade vítima do lamentável acidente o sr. Eduardo Tonyo Okida. O extinto, que contava 34 anos de idade, era solteiro e filho do sr. Kioso Okida e da sra. d. Mikumo Okida. Seu corpo foi transladado em auto fúnebre para São Paulo, onde o corpo foi inumado no Cemitério da Consolação”.

              “Jovem José Francisco Telles Rodrigues - Faleceu anteontem nesta cidade vítima do lamentável acidente o jovem José Francisco Telles Rodrigues. O extinto era solteiro, contava 23 anos de idade e era filho do sr. Arnaldo Cunha Rodrigues e da sra. d. Odila Telles Rodrigues, residentes em Campinas. O seu corpo foi trasladado para o vizinho município de Campinas onde foi inumado em jazigo perpétuo da família, tendo a urna mortuária saído a residência de seus pais à rua Emílio Ribas, 1067”.

              “Sr. José Inácio - Faleceu anteontem nesta cidade vítima do lamentável acidente o sr. José Ignácio. O extinto, que contava 47 anos de idade, era casado com d. Maria Aparecida Ignácio, deixando os seguintes filhos: Maria José, Maria Nair, Benedito, Antonio de Jesus, Jorge Ignácio, solteiros. Deixa também 3 netos. Seu sepultamento dar-se-á hoje saindo o féretro às 8 horas do necrotério da Santa Casa de Misericórdia para o cemitério da Saudade, onde o corpo será inumado”.

              “Jovem Afonso José Mendes de Barros - Faleceu anteontem nesta cidade vítima da lamentável catástrofe o jovem Afonso José Mendes de Barros. O extinto, que contava 14 anos de idade, era filho do sr. José Maria Mendes de Barros e da sra. d. Diarama Mendes de Barros. Deixa os seguintes irmãos: José Maria, Antonio José e Rosa Maria Mendes de Barros, menores. Seu sepultamento deu-se ontem às 13:30 horas com grande acompanhamento, tendo a urna mortuária saindo da rua Campos Salles, 1521, para a necrópole da Saudade, onde o corpo foi inumado em jazigo perpétuo da família”.

              “José Jesuíno da Silva - Faleceu anteontem nesta cidade vítima do lamentável acidente o sr. José Jesuíno da Silva. O extinto, que contava 32 anos de idade, era casado com d. Maria José da Silva, não deixando filhos. Seu sepultamento deu-se ontem, tendo o féretro saído do necrotério da Santa Casa de Misericórdia, para o cemitério da Saudade, onde o corpo foi inumado”.

              “Sr. Luiz Menezes - Faleceu anteontem nesta cidade vítima do lamentável acidente o sr. Luiz Menezes. O extinto, que contava 43 anos de idade, era casado com d. Lourdes Domingues Menezes, deixando os seguintes filhos: Adilson, Célia, Celso e Roberto Menezes, menores. Seu sepultamento deu-se ontem, tendo o féretro saído do necrotério da Santa Casa de Misericórdia, para o cemitério da Saudade, onde o corpo foi inumado”.

              “Sr. Felisberto Mattione - Faleceu anteontem nesta cidade vítima da lamentável catástrofe o sr. Felisberto Mattione. O extinto, que contava 35 anos de idade, era casado com a sra. d. Elsa Cabral Mattione, deixando um filho: Luiz Fernando Mattione, menor. Seu corpo foi trasladado para São Paulo, onde o corpo foi inumado no cemitério do Araçá”.

              “Sr. Antonio Neder - Faleceu ontem nesta cidade, vítima da lamentável catástrofe que nos abalou, o sr. Antonio Neder. O extinto, que contava 61 anos de idade, era casado com d. Diva Neder, deixando os seguintes filhos: Elmosa, casada com o sr. José Fernandes; Antonio Carlos Neder, casado com d. Jamile Sarkis Neder; Zaíra, casada com o sr. Raul Porrelli; e Nelly Neder, solteira. Seu sepultamento deu-se ontem, com grande acompanhamento, tendo a urna mortuária saído da rua Gov. Pedro de Toledo, 1209, para a necrópole da Saudade, onde o corpo foi inumado em jazigo perpétuo da família. Comunicado: A família enlutada pede encarecidamente que não sejam enviadas manifestações de pêsames para a Dra. Nelly Neder, que se encontra na Inglaterra”.

              “Délia de Jesus Marcos Pereira - Faleceu anteontem nesta cidade a srta. Délia de Jesus Marcos Pereira. A extinta, que contava 32 anos de idade, era solteira e filha do sr. Álvaro Pereira e da sra. d. Ana Izabel Marcos Pereira. Seu sepultamento deu-se ontem às 10 horas, tendo a urna mortuária saído da av. Carlos Botelho, 552, para a necrópole da Saudade, ondo o corpo foi inumado em jazigo perpétuo da família”.

              “Maria do Carmo Marcos Pereira. Faleceu anteontem nesta cidade a srta. Maria do Carmo Marcos Pereira. A extinta, que contava 29 anos de idade, era solteira e filha do sr. Álvaro Pereira e da sra. d. Ana Izabel Marcos Pereira. Seu sepultamento deu-se ontem às 10 horas, tendo a urna mortuária saído da av. Carlos Botelho, 552, para a necrópole da Saudade, onde o corpo foi inumado em jazigo perpétuo da família”.

              “Sra. d. Almerinda de Jesus Marcos Pereira Coroa - Faleceu anteontem nesta cidade a sra. d. Almerinda de Jesus Marcos Pereira Coroa. A extinta, que contava 39 anos de idade, era filha do sr. Álvaro Pereira e da sra. d. Ana Izabel Marcos Pereira. Era casada com o sr. Francisco Candeias Coroa, deixando os filhos: Fátima Lúcia, falecida; Mário, Álvaro e Francisco Pereira Coroa, solteiros. Seu sepultamento deu-se ontem, com grande acompanhamento, tendo a urna mortuária saído às 10 horas da av. Carlos Botelho, 552, para a necrópole da Saudade, ondo o corpo foi inumado em jazigo perpétuo da família”.

              Na página 6, na parte superior, há uma matéria, intitulada “Suspenso o jogo com a Esportiva”, onde se destacam os seguintes trechos:
              “Considerando o estado de ânimo de nossa população, diante da catástrofe do Edifício ‘Luiz de Queiroz’, que consternou todo o Estado, o comendador Antonio Romano, presidente do XV de Novembro, procurou suspender a partida que hoje o alvinegro disputaria com a Esportiva, de Guaratinguetá”.

              Também na página 6, na parte superior, há uma nota, do Bela Vista Nauti Clube, com o título “Luto Oficial”, com o seguinte teor:
              “Tendo em vista o doloroso acontecimento que enlutou nossa cidade, a diretoria do Bela Vista Nauti Clube, resolveu decretar luto oficial por 7 dias, cancelando todas as atividades. Pela diretoria. Carlos Cantarelli – Diretor Social”.

              Ainda na página 6, no centro da folha, há uma nota, do Clube Atlético Piracicabano, intitulada “Luto Oficial”, com o seguinte teor: “Em virtude do infausto acontecimento que enlutou toda a cidade, a diretoria do Clube Atlético Piracicabano resolveu decretar luto oficial por 3 dias, cancelado todas as atividades sociais. José Roberto Caldari – Presidente”.

              Na mesma página, no lado direito, na parte inferior, há um comunicado, da Liga Piracicabana de Futebol, com o seguinte teor:
              “Diante da catástrofe que abalou a nossa cidade, e em sinal de pesar, pelo infausto acontecimento, esta Liga deliberou suspender, ‘sine die’, as partidas marcadas para a data do dia 8 do corrente (domingo), entre Jaraguá F.C. x Maf F.C. e Saltinho F.C. x C.A. Piracicabano, e decretar luto oficial por 3 dias. Piracicaba, 7 de novembro de 1964. Roque Vicente Salvador Marino – Presidente. Silvio Lopes Alarcon – Secretário Geral”.

              JP. 10/11/1964
              M.C CE-E.L.Q-02-JP-05 · Item · 10 de novembro de 1964
              Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

              Jornal de Piracicaba, de 10 de novembro de 1964 (terça-feira)

              A edição desse dia, pela brevidade do acontecido, traz grande destaque aos desdobramentos da queda do Edifício Comurba. A primeira página é praticamente inteira dedicada à cobertura da queda do Edifício Comurba. A manchete da edição é a seguinte: “PIRACICABA SE UNE PARA NORMALIZAR A VIDA DA CIDADE”. Abaixo da manchete, há um texto, que resumia os assuntos abordados na matéria, com o seguinte teor: “Continuam os trabalhos de desentulho e procura de novas vítimas – Repercussão internacional do trágico acontecimento – Adhemar esteve na cidade e vai ajudar ainda mais – Movimento de solidariedade às famílias necessitadas das vítimas da catástrofe – ‘Jornal’ recebeu mais de 330 mil cruzeiros de donativos – Hoje, eu reunião do Conselho de Entidades, será formada comissão central de socorro às famílias necessitadas”. Devido a técnicas de formatação de jornais da época, a longa matéria que se segue se inicia na página 1 e continua na página 4. Dessa longa matéria, destacam-se os seguintes trechos: “Continua Piracicaba a viver um clima de apreensão e tristeza, diante da tragédia que se abateu sobre a cidade, dia 6 último. Novas vítimas surgem dos escombros, escavados com tenacidade por um pugilo de heróis, que não veem perigos pela frente, nem sentem canseiras, após horas de intenso labor. O espírito de solidariedade humana é magnífico e constitui motivo de orgulho para uma população sensível ao sofrimento e altamente compreensiva e fraterna.
              COMO SE ACHA A SITUAÇÃO DO LOCAL DO DESASTRE – “Em tempo de guerra, mentira como terra – em tempo de catástrofe, a boataria se espalha, muitas vezes com espírito maldoso, outras vezes alarmistas, espalhando a inquietação e a dúvida. É da contingência humana e os mesquinhos existem em todas as sociedades. Poucos, em Piracicaba, mas ativos, terrivelmente ativos. (...). Correndo com insistência na cidade a versão de que a diretoria da Comurba teria autorizado o levantamento de mais três andares no prédio, que passou de 12 para 15 andares, procuramos ouvir seus diretores (...). Quanto às lajes, cujo perigo foi objeto de advertência, com medidas mesmo de segurança aconselhadas, várias tentativas para sua solução foram feitas. Assim, foi solicitada a presença de um helicóptero do Serviço de Salvamento da FAB, para tentar cortar os cabos que ainda sustentam as lajes, e assim eliminar o iminente perigo que elas apresentam e que impedirão o completo serviço de desentulho. O aparelho se deslocou de sua base em Cumbica e aqui chegou por volta de 15 horas de domingo, descendo na Praça da Catedral. Depois de estudado o problema, foi feito um voo de reconhecimento, com três voltas sobre o Edifício sinistrado, para novo pouso. Nessa ocasião os seus ocupantes informaram que o helicóptero não podia realizar a missão que dele se esperava, pois somente a cerca de 18 metros do solo ele poderia pairar no ar, uma vez que nessa altura poderia formar o indispensável ‘colchão de ar’ de sustentação. Como o prédio tem cerca de 40 metros de altura, não poderia o helicóptero realizar a façanha de conduzir um operário, que iria cortar os cabos que sustentam as lajes, provocando, sem perigo, a sua queda. (...)
              VISITA A CIDADE O GOVERNADOR DO ESTADO – Ontem, cerca de 10:30 horas, visitou a cidade o dr. Adhemar de Barros, governador do Estado, que aqui veio trazer sua palavra de solidariedade e ao mesmo tempo, tomando conhecimento direto dos problemas, providenciar o que estivesse na alçada do governo do Estado, para ajudar sua solução. Disse que deveríamos olhar para a frente, e considerar que esse é um tributo que a cidade estava pagando, no caminho do progresso (...).
              DESTAQUES NEESSÁRIOS - Devemos mais uma vez destacar a atuação magnífica de todos os homens empenhados no desentulho e na piedosa busca dos corpos remanescentes: turmas da Prefeitura, do DER, das indústrias locais e de fora, as Polícias Civil e Militar, os Bombeiros, e muitos voluntários. (...)
              EXTRAORDINÁRIA SOLIDARIEDADE DO POVO ÀS FAMÍLIAS DAS VÍTIMAS - Extraordinária tem sido a solidariedade do povo, no conforto às famílias das vítimas. (...). Logo de manhã, nossa redação foi invadida por numerosas pessoas que portavam gêneros de primeira necessidade, saquinhos de arroz e de feijão, verdura e até carne, que encaminhamos a cantina da Prefeitura Municipal, que está fornecendo refeição aos trabalhadores, bombeiros, soldados, voluntários, que estão se esforçando para devolver às famílias os despojos de seus entes queridos mortos na trágica sexta-feira. Não estávamos preparados e certamente não pudemos anotar os nomes de todos que aqui vieram com as mãos cheias e o coração transbordante de amor, para ajudar seus irmãos feridos na desgraça. Anotamos: Pedro Nasato, Alcindo Andia, Raul Carraro, Wilson Antunes, Donato Milanez, José Valdir, João O. Mazati, Olindo Rizate Pascoal, Giusti Luiz, José Meneghel, Salim Maluf, Orlando de Matos, João Pizzinato, Irineu Zílio, Irineu Pizzinato, Arlindo Romani, Jair Tavares de Lima, Hélio Ramos, Silvino Lovadini, Valquírio Gobeth, Geraldo Guerreiro, Hélio Borges, João Paololi, Luiz Pezzuto, João Feschinetti e a Usina Açucareira de Cillos enviou açúcar, leite e carne.
              VILA REZENDE SE LEVANTA - Um telefonema do padre Jorge, da Paróquia de Vila Rezende, nos deu conta de que aquele distrito iria colaborar intensamente, angariando donativos e gêneros, para as famílias necessitadas das vítimas.
              VALIOSOS DONATIVOS: MAIS DE 330 MIL CRUZEIROS – As primeiras contribuições vieram da Vila Rezende, entregues pelo sr. Lázaro Pires: 1.000,00; anônimo, 1.000,00; anônimo, 1.000,00 e João Mendes, 500,00, totalizando 3.500,00. Logo a seguir, o sr. João Falanghe, conceituado comerciante nesta cidade nos encaminhava com expressiva mensagem, um cheque de 100 mil cruzeiros. De Águas de São Pedro, o dr. Acrisio Cruz nos enviou um cheque, do valor de 150 mil cruzeiros. Anotamos mais: anônimo, 440,00; o cabo reformado Pedro Augusto Lins, 1.000,00; em memória de Benedito Mariano da Costa e Lazaro Ferreira de Camargo, 1.000,00; de Flávio, 1.000,00; de anônimo, 3.000,00.
              COLÔNIA JAPONESA SE MOVIMENTA - A dinâmica e unida colônia japonesa aqui radicada, que tem no sr. Musashi Nishimura um líder natural, enviou o donativo de 71 mil cruzeiros, dando mostras de seu espírito de solidariedade humana.
              REUNIÃO DO CONSELHO HOJE DEVERA SER FORMIDÁVEL – O Conselho Coordenador das Entidades se reúne hoje, às 20 horas, no Centro Cultural Ítalo Brasileiro (...).
              IMPORTANTE ATUAÇÃO DOS RÁDIO-AMADORES - Em virtude das ocorrências verificadas sexta-feira última, os rádio-amadores foram mobilizados em tempo recorde para auxiliar no que fosse necessário. Com o colapso verificado na CTB pelos inúmeros chamados, instalou-se à rua Santo Antonio, residência do sr. Arnaldo Bortolim (PY-2-DHA), um “QAP”, na frequência de 7.095 Kc/s homologada pela Estacão Oficial da ‘LABRE’, formando uma rede de emergência, a fim de conectar-se, em frações de minutos, com qualquer parte do território nacional. Esta rede de emergência, trabalhou, em escala alternada dos rádio-amadores, durante 52 horas, possibilitando o atendimento de aproximadamente 300 chamados, vindos dos mais distantes centros do Brasil e América do Sul. Aproximadamente duas dezenas de ‘QAP’, permaneceram em contato permanente com Piracicaba, aguardando qualquer determinação de nossa cidade. Destacando-se entre eles o da ‘Patrulha Auxiliar Brasileira’ instalada em São Paulo, sob o comando do Cel. Mário Guimarães (PY-2MG), de onde o vice-governador de SP, dr. Laudo Natel, mantinha-se informado das ocorrências e que aguardava ordens do sr. prefeito municipal de Piracicaba, para o envio do que fosse necessário. Duas estações, com os seus transmissores, foram colocados à disposição das emissoras locais, e outra à Delegacia Regional de Polícia. Não divulgaremos os nomes das cidades, que ofereceram seus préstimos a Piracicaba, para não pecarmos com omissão de algumas. Médicos, ambulâncias, plasma sanguíneo, equipamentos de pesquisa e contingente de técnicos, ficaram de prontidão, dependendo apenas de uma ordem das autoridades coordenadoras. Cumpriu assim, o clube dos Rádio-Amadores de Piracicaba, mais uma missão de solidariedade humana, informando e tranquilizando milhares de pessoas, residentes fora de nossas fronteiras, cujos familiares estão radicados em Piracicaba.
              SOLIDARIEDADE AO POVO PIRACICABANO - De Rio Claro, veio nos visitar o deputado José Felicio Castellano, trazendo a sua solidariedade vazada numa mensagem traduzida nos seguintes termos: ‘Representando o povo de Rio Claro e os seus sentimentos cristãos, transmito aos piracicabanos a nossa mais sentida emoção. (...). Juntos, piracicabanos e rio-clarenses, choramos, neste instante, a mesma tristeza, e temos um só coração dilacerado’. A fim de manifestar sua solidariedade aos piracicabanos pela tragédia que os alcançou e oferecer sua ajuda no que for necessário, o prof. Sólon Borges dos Reis, presidente do Centro do Professorado Paulista e deputado estadual, comunicou-se por telefone com o prof. Joaquim do Marco, diretor da Sede Regional desta cidade, solicitando-lhe, ainda, informações sobre possíveis ocorrências que tenham atingido elementos do magistério primário, secundário e profissional ou suas famílias. Além da manifestação de seu profundo pesar, o prof. Borges dos Reis solicitou ao prof. Do Marco que expressasse às autoridades locais, bem como à imprensa falada e escrita e especialmente a todo o professorado de Piracicaba, sua disposição de emprestar todo seu apoio de deputado e todo o auxílio do CPP que sejam necessários nesta calamitosa emergência.

              JP. 11/11/1964
              M.C CE-E.L.Q-02-JP-06 · Item · 11 de novembro de 1964
              Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

              Jornal de Piracicaba, de 11 de novembro de 1964 (quarta-feira)

              A primeira página traz, em destaque, a cobertura da queda do Edifício Comurba. A manchete da edição é a seguinte: “CIDADE AINDA PERMANECE EM VIGÍLIA”. Abaixo da manchete, há um texto, que resumia os assuntos abordados na matéria, com o seguinte teor: “Impasse técnico paralisa praticamente os trabalhos de remoção dos escombros – Aguarda-se a palavra e a ação dos especialistas para conservar ou condenar o que resta do Edifício ‘Luiz de Queiroz’ – Amplia-se rapidamente movimento em prol das famílias necessitadas das vítimas da catástrofe que enlutou a cidade”.

              JP. 11/12/1964
              M.C CE-E.L.Q-02-JP-22 · Item · 11 de dezembro de 1964
              Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

              Jornal de Piracicaba, de 11 de dezembro de 1964 (sexta-feira)

              Com o passar do tempo, o espaço dedicado à cobertura da queda do Edifício Comurba, naturalmente, diminuía. A primeira página traz, no lado esquerdo, no centro da folha, uma matéria, intitulada “Campanha de socorro às vítimas da catástrofe de 6 de novembro”.

              JP. 12/03/1965
              M.C CE-E.L.Q-02-JP-26 · Item · 12 de março de 1965
              Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

              Jornal de Piracicaba, de 12 de março de 1965 (sexta-feira)

              A edição traz, na primeira página, no lado esquerdo, no centro da folha, uma matéria, intitulada: “O problema do desabamento do edifício da ‘Comurba’”.

              JP. 12/11/1964
              M.C CE-E.L.Q-02-JP-07 · Item · 12 de novembro de 1964
              Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

              Jornal de Piracicaba, de 12 de novembro de 1964 (quinta-feira)

              A primeira página traz, em destaque, a cobertura da queda do Edifício Comurba. A manchete da edição é a seguinte: “Recomeçaram os trabalhos de remoção dos escombros”. Abaixo da manchete, há um texto, que resumia os assuntos abordados na matéria, com o seguinte teor: “Vencido o impasse técnico, deverão recomeçar hoje ativamente os trabalhos de desentulhamento – Secretário de Obras e assessores inspecionaram o edifício e as lajes pendentes – Na cidade comissão de especialistas do Instituto Tecnológico do Estado, que hoje vão vistoriar o local – Como se desenvolve a campanha em prol das famílias necessitadas das vítimas da tragédia que enlutou a cidade”.

              JP. 13/11/1964
              M.C CE-E.L.Q-02-JP-08 · Item · 13 de novembro de 1964
              Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

              Jornal de Piracicaba, de 13 de novembro de 1964 (sexta-feira)

              A primeira página traz, em destaque, a cobertura da queda do Edifício Comurba. A manchete da edição é a seguinte: “Centro da cidade caminha para a normalização”. Abaixo da manchete, há um texto, que resumia os assuntos abordados na matéria, com o seguinte teor: “Prosseguem os estudos dos técnicos, que em suas oportunidades se reuniram com as autoridades e comissão orientadora dos trabalhos – Diminuída a zona de isolamento – Remanescente do prédio não oferece perigo – Campanha em prol das famílias das vítimas”.

              JP. 14/11/1964
              M.C CE-E.L.Q-02-JP-09 · Item · 14 de novembro de 1964
              Parte de COLEÇÕES ESPECIAIS

              Jornal de Piracicaba, de14 de novembro de 1964 (sábado)

              A primeira página traz, em destaque, a cobertura da queda do Edifício Comurba. A manchete da edição é a seguinte: “Estão atingindo o final os trabalhos de remoção dos escombros”. Abaixo da manchete, há um texto, que resumia os assuntos abordados na matéria, com o seguinte teor: “Encontrada mais uma das vítimas – É intenso o ritmo de trabalho, com possantes máquinas – A campanha em prol das famílias necessitadas – Outras manifestações de pesar – Comissão técnica tem encontro marcado hoje”.