Termo que registra o interrogatório, conduzido pelo Juiz de Direito, Rufino Tavares de Almeida, e respondido pelo réu, Carlos Salvadori. Constam a seguintes informações no documento:
Carlos Salvadori: natural da Áustria, de 23 anos de idade, casado, agricultor, residente três quartos de légua, do lado do rio abaixo, local onde reside há 4 anos. Sabe ler e escrever
Ao ser perguntado se tinha fatos a alegar, ou provas de sua inocência, respondeu que sim, e que seu advogado se encarregaria de expor. Ao ser perguntado de tinha algo mais a declarar, respondeu:
“Que no dia 19 de agosto do ano passado, às nove horas da manhã achava-se ele interrogado em casa, em companhia de seu finado pai, sua mulher, e seu irmão Benjamin, almoçaram todos juntos e depois do almoço o seu finado pai saiu para a roça, depois de ter trocado de camisa, levando um machado e uma foice (...) mandou seu irmão menor à rola, perguntar a seu finado pai se precisava alguma coisa da cidade, dez minutos depois, voltando o seu irmão, declarou que não tinha encontrado seu pai, em vista do que ele interrogado, mandou seu mano a cidade, comprar os mantimentos e remeter a carta pelo correio a Itupeva, voltando da cidade o seu irmão, pelas sete horas mais ou menos, até esta hora seu finado pai não tinha aparecido e já sendo um pouco tarde ele interrogado não pode nesse dias procurar seu finado pai para saber o que tinha acontecido. No dia seguinte, pela madrugada saíram todos (...) caminhando pelo pasto e para o lado da roça e não encontrando foram ao vizinho pedir um cavalo emprestado e dar parte do ocorrido, não tendo ele interrogado encontrado cavalo, veio a pé a cidade, indagando por diversos vizinhos e não tendo noticia de seu pai. Voltando de novo ao sitio foram com diversos vizinhos procurar o finado seu pai para o lado da roça e então dessa vez um dos companheiros de nome João Nepamoceno encontrou o cadáver na roça em uma baixada mas ele interrogado não foi lá nesse dia. No dia seguinte quando lá foi a autoridade, é que ele interrogado foi ver o lugar onde havia sido encontrado o cadáver, que era entre dois paus. Que seus vizinhos quando encontraram o cadáver conduziram-no para esta cidade” (em transcrição livre)
Documento redigido pelo escrivão Francisco Antônio Galvão, e assinado pelo juiz e interrogado