Os documentos referem-se ao período que se estende desde a fundação da povoação de Piracicaba em 1767 até a mudança de margem em 1784. Pode ser considerado um Livro de Memórias, pois o compilado de documentos retrata resumidamente os primeiros anos da povoação piracicabana.
Sin títuloRegistro da Atestação do Vigário Manoel Joaquim do Amaral Gorgel e do Comandante Domingos Soares de Barros acerca da necessidade da elevação em Vila, no qual atestam os motivos e razões para tal.
Registro da resposta da Câmara de Porto Feliz às indagações feitas pelo Desembargador Ouvidor da Comarca sobre a elevação da Freguesia de Piracicaba em Vila.
Sin títuloRegistro da certidão do termo de obrigação, no qual o povo da Freguesia de Piracicaba se obriga a fazer, a custas próprias, as obras necessárias para a elevação à Vila, como Casa da Câmara, Cadeia e Pelourinho.
Sin títuloOs documentos referem-se ao período que se estende desde a fundação da povoação de Piracicaba em 1767 até a elevação desta a categoria de Vila, nomeada de Vila Nova da Constituição, em 1822. Piracicaba é um nome gentílico que significa “peixe que chega ou lugar onde chega o peixe” (NEME, 2009, p.86), em referência às quedas do Rio Piracicaba que bloqueiam a piracema dos peixes. O município, localizado no interior do estado de São Paulo, teve, em sua história, três condições de centro urbanístico: de Freguesia (1774), de Vila (1822) e de Cidade (1856). (MARCONDES, 2008).
Acredita-se que o povoamento da região teve como ponto de partida o declínio do clico das bandeiras, e a doação de sesmarias pertencentes ao termo da Vila de Itu. Pedro Morais Cavalcanti recebeu a 1º sesmaria em 1693, mas foi o ituano Felipe Cardoso o primeiro povoador da região, que em 1726 obteve terras de sesmarias que circundavam o porto do rio, e também foi ele o responsável pela abertura da estrada que ligava Itu a Piracicaba. (NEME, 2009)
Assim, o espaço piracicabano foi sendo povoado por lavradores, que ocupavam as sesmarias com o plantio principalmente de canaviais. A restauração de São Paulo como Capitania, a crescente importância do comércio e da mineração na região de Minas Gerais e a descoberta de minas de ouro em Cuiabá em 1718, são fatores que impulsionaram o crescimento econômico e demográfico da região. A origem do povoamento de Piracicaba também está vinculada à manutenção do Presídio de Iguatemi, no Mato Grosso, como núcleo agrícola para abastecimento do mesmo (MARCONDES, 2008).
Por provisão de 24 de julho de 1766, Antônio Corrêa Barbosa foi nomeado para o cargo de Diretor e Povoador de Piracicaba. Por ordens do então governador da Capitania de São Paulo, Luiz Antônio de Souza Botelho e Mourão, Barbosa deveria fixar a povoação nas proximidades da foz do Piracicaba no rio Tietê, entre Santa Maria da Serra e Barra Bonita, mas descumpriu tais ordens, acabou fundando a cidade a setenta quilômetros rio acima, nas imediações do Salto do Rio, onde já se achavam estabelecidos ranchos e roçados. Sendo assim, o povoado de Piracicaba foi fundado oficialmente em 1º de agosto de 1767, à margem direita do rio Piracicaba, ligado politicamente e administrativamente à Vila de Itu (TORRES, 2003).
Em 1774, Piracicaba é elevada à categoria de Freguesia, e com isso recebe seus primeiros párocos: o padre Ângelo Paes de Almeida, por determinação do governo da Capitania, veio para região, na qualidade de capelão da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, e o Padre João Manuel da Silva, primeiro pároco da Igreja Matriz de Piracicaba (GUERRINI, 2009).
Em 1775, um ano após a elevação a Freguesia, um recenseamento acusou para Piracicaba um total 231 moradores e 45 fogos (casas), esses dados e uma listagem completa dos moradores da Piracicaba no período podem ser encontrados no livro de Neme (2009, p.66) e foram tirados de um documento encontrado no Arquivo Público do Estado.
Piracicaba, já em 1784, era considerada uma área promissora do chamado quadrilátero do açúcar. Neste ano foi encaminhada, ao Capitão da Vila de Itu, uma petição dos moradores da Freguesia, solicitando a transferência da povoação da margem direita para a margem esquerda do rio, logo abaixo do salto, local que favorecia o seu crescimento e a sua expansão (TORRES, 2003). A ata de tal mudança, foi assinada em 31 de julho de 1784, pelo Vigário da Paróquia (Frei Tomé de Jesus), o Capitão Povoador (Antônio Corrêa Barbosa) e o Capitão-Mor de Itu (Vicente da Costa Taques Goes e Aranha) (TORRES, 2003).
Fatores, como a ampliação dos espaços urbano-rurais, o aumento da produção agrícola e o crescimento demográfico, lançaram forte demanda pela mudança da condição de Piracicaba. Em 1816 os moradores da povoação enviaram ao Capitão General D. Francisco de Assis Mascarenhas, Conde de Palma, uma representação pedindo a elevação da Freguesia à categoria de Vila. Com isso, no dia 10 de agosto de 1822, por ato do Governo Provisório de São Paulo, a Freguesia de Santo Antônio de Piracicaba foi erigida à categoria de Vila, recebendo o nome de Vila Nova da Constituição, em homenagem à Constituição Portuguesa, que fora recentemente promulgada (TORRES, 2003).
GUERRINI, Leandro. História de Piracicaba em Quadrinhos. 1°volume. Piracicaba, SP: Equilíbrio: Instituto Histórico e Geográfico – IHGP, 2009.
MARCONDES, Neide. Na trilha do passado paulista: Piracicaba século XX. Piracicaba, SP: Degaspari, 2008.
NEME, Mário. História da Fundação de Piracicaba. Piracicaba, SP: Equilíbrio: Instituto Histórico e Geográfico – IHGP, 2009.
TORRES, Maria Celestina Teixeira Mendes. Piracicaba no Século XIX. Piracicaba, SP: Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba. Editora Degaspari 2003
O documento datado de 02 de agosto de 1784, que trata da delimitação do terreno para a povoação de Piracicaba e é assinado por Vicente da Costa Taques Goés e Aranha, Antonio Correa Barbosa, e outras autoridades e população.
Sin títuloAbertura do Livro de Registo
Registro da Representação feita pelo povo de Piracicaba ao Governo Imperial pedindo a elevação da Freguesia em Vila, e expondo os motivos para tal.
Sin títuloRegistro da informação prestada pelo Desembargador Ouvidor da Comarca de Itu Miguel Antônio de Azevedo Viega, ao Governador e Capitão General da Capitania de São Paulo, acerca da representação do povo da Freguesia de Piracicaba, na qual atesta como verdadeiros os motivos para elevação em Vila, e dá outras informações.