Ata da reunião ordinária de 06 de abril de 1861, sob presidência de Antônio Correa de Lemos, na qual registra-se que em sessão, “a comissão de obras públicas, examinando requerimento de Francisco Coelho Barbosa, “em que pede a esta Câmara um novo prazo para conduzir as madeiras do matadouro novo, é de parecer que se conceda ao mesmo um mês tão somente para a referida condução de madeiras, sendo este prazo improrrogável. Se, porém, Coelho Barbosa pede o prazo de três meses para a condução das madeiras e conclusão da obra a que se obrigou, é de parecer a comissão que lhe seja concedido. Entrando em discussão, foi aprovado”.
A ata da sessão também registra o seguinte: “A comissão de obras públicas, encarregada de examinar um melhor local para o matadouro público a requerimento de Manoel Pereira de Aguiar, e por determinação desta Câmara, procedeu ao referido exame, e vem hoje dar o seu parecer com franqueza, depois de haver pensado maduramente sobre o melhor local, que mais vantagens oferece ao município, para nele estabelecer-se o matadouro. A comissão, examinando o local do matadouro novo o do Engenho D’Água, é o da Pedreira, porque oferece melhor terreno para edificação e para o trabalho com o gado, acrescentando a tudo isto que, além de ser muito mais arejado que qualquer outro, tem água em abundância para os misteres (1) do matadouro, e, portanto, é de parecer a comissão que seja estabelecido o matadouro no local denominado Pedreira, que será demarcado pelo fiscal em companhia de um dos membros desta comissão”. Em seguida, entrando em discussão, o vereador Manoel Alvarez de Oliveira Doria “observou que achava conveniente saber-se do arrematante do matadouro velho em mudança para um outro local se concordava na mudança da localidade e se não exigiria mais dinheiro por esse fato, ou alegando nulidade de seu contrato”. Na sequência, o vereador Augusto César de Oliveira observou “que o local escolhido pela comissão oferecia mais vantagens ao arrematante, e para isso não precisava ouvi-lo”. Logo após, o vereador Manoel Alvarez de Oliveira Doria “sustentou a sua primeira dúvida e requereu adiamento da questão”. O que se seguiu foi que “a Câmara exigiu que o procurador, que estava presente, informasse a respeito do que sabia, e por ele foi dito e informado que sabia não se importar o arrematante com a mudança e que se obrigava por ele”. Em vista disso, o vereador Manoel Alvarez de Oliveira Doria “retirou seu requerimento de adiamento, e foi aprovado o parecer da comissão” (em transcrição livre).
Possivelmente esse local seja o início da Rua do Rosário, onde funcionaria o matadouro até cerca de 1913.
(1) Misteres é o plural de mister. O mesmo que: trabalhos, cargos, empregos, necessidades, ocupação, ocupações, profissões, serviços.