Mostrar 43 resultados

Registo de autoridade
Irmandade do Santíssimo Sacramento
Pessoa coletiva · 1849 (fundação)

A Irmandade do Santíssimo Sacramento é uma confraria católica originada ainda na Idade Média, está entre as mais respeitáveis e antigas irmandades religiosas do catolicismo. Sua origem está ligada a piedade e devoção eucarística.
Em Piracicaba, na época chamada de Vila da Constituição, a Irmandade do Santíssimo Sacramento da Paróquia de Santo Antônio foi fundada em 07 de outubro de 1849, na sacristia da antiga matriz de Santo Antônio, em solenidade presidida pelo vigário Manuel José de França. Os irmãos – como eram chamados os membros – concorreram no mesmo dia em uma votação para definir provisoriamente suas funções dentro da irmandade. José Pinto de Almeida foi nomeado como provedor. Em 02 de dezembro de 1854, no consistório da irmandade, os irmãos se reuniram com o objetivo de instituírem uma Santa Casa de Misericórdia na Vila. A instituição foi declarada fundada pelo vigário padre José Gomes Pereira da Silva, tendo como presidente José Pinto de Almeida, vice-presidente José Viegas Moniz e secretário Emygdio Justino de Almeida Lara. Em 1856 a irmandade já havia definido um terreno para a construção do hospital, e se destacaram por cuidar tão bem da epidemia de varíola.
A Santa Casa de Misericórdia foi criada em 25 de dezembro de 1854, no dia de natal pela irmandade presidida pelo vigário José Gomes Pereira da Silva. O primeiro provedor da Santa Casa foi José Pinto de Almeida, e a rua onde o hospital Santa Casa foi instalado - entre as atuais ruas Moraes Barros e 15 de Novembro - levou o nome de José Pinto de Almeida.
Apesar de todo o poder e fama, a irmandade que também era responsável por zelar pelo cemitério, não escapou de críticas e apontamentos: Em outubro de 1855, o péssimo estado de conservação do cemitério levou o vereador Francisco Ferraz de Arruda acusa a irmandade de não cuidar do cemitério por se encontrar muito pobre.

Ata da Irmandade do Santíssimo Sacramento

GUERRINI, Leandro. História de Piracicaba em Quadrinhos. 1°volume. Piracicaba, SP: Equilíbrio: Instituto Histórico e Geográfico – IHGP, 2009.

Thales Castanho de Andrade
Pessoa singular · 1890-1977

Thales Castanho de Andrade (Agosto de 1890 – Outubro de 1977) foi um professor e escritor piracicabano de grande relevância na área educacional, hoje considerado como o criador do gênero infanto-juvenil da literatura brasileira, com seus livros focando principalmente em torno do conhecimento simples do brasileiro rural e preocupações ambientais.
Diplomou-se professor normalista pela antiga Escola Complementar, atual Instituto de Educação Sud Mennucci. Nesta mesma escola ocupou os cargos de professor de História do Brasil, História Geral e outras disciplinas, bem como o de diretor.
Lecionou também em escolas da zona rural, Escola de Comércio Cristóvão Colombo, Colégio Piracicabano e na cidade de Porto Ferreira. Foi Inspetor Técnico do Ensino Rural e exerceu o cargo de diretor Geral do Departamento de Educação. Também, entre 1919 a 1922, foi vereador da Câmara Municipal de Piracicaba e presidente do Esporte Clube XV de Novembro.
Ao todo, em sua carreira de escritor, escreveu quarenta e sete livros, perfazendo, no total, uma tiragem de dois milhões de exemplares vendidos. A obra Saudade foi, por longos anos, talvez meio século, o livro mais adotado para leituras nas escolas do Brasil.

Entre suas publicações, destacam-se: Saudade, A Filha da Floresta, El-Rei Dom Sapo, Bem-te-vi Feiticeiro, Bela, a Verdureira, Árvores Milagrosas, Vida na Roça, Fim do Mundo, Campo e Cidade, O Sono do Monstro, Rainha dos Reis, Praga e Feitiço, O Capitão Feliz, A Fonte Maravilhosa, Itaí, o Menino das Selvas, O Mistério das Cores, Flor do Ipê, O Melhor Presente.

Honorato Faustino de Oliveira
Pessoa singular · 1867-1948

Honorato Faustino de Oliveira foi um renomado educador. Honorato Nasceu em Itapetininga, no dia 17 de fevereiro de 1867 e foi nessa cidade onde iniciou sua carreira no ensino, principiando dando aulas particulares os filhos de Nhonhô Pereira. Em 1885 foi nomeado para exercer a função de professor de ‘palácio’ (ou simples) no bairro da Chapadinha, em Itapetininga e depois foi transferido para a vila de Sarapuí. Em 1887 matriculou-se na Escola Normal de São Paulo, e na Capital morou com o amigo Coronel Licínio Carneiro de Camargo. Graduou-se como normalista em 1889 e no mesmo ano foi nomeado para a 3º escola isolada de Itapetininga. Entre os anos de 1893 e 1894, Honorato cursou novamente a Escola Normal, com o intuído, com acréscimo das matérias: álgebra, trigonometria, escrituração mercantil, música, economia política, história natural, anatomia, psicologia e inglês (os professores com esse curso eram chamados de “Complementares”). Diplomado, exerceu mais uma vez o cargo de educador entre os anos de 1895 e 1897, período no qual foi professor de uma importante figura política da história brasileira: Júlio Prestes. De 1897 a 1904 foi professor complementar em Itapetininga, de 1904 a 1930 foi diretor da Escola Normal de Piracicaba (atualmente denominada Escola Estadual Sud Mennucci) e de 1928 a 1930 foi diretor da Escola Normal da Praça da República, na capital. No ano de 1930 houve chamada “revolução de 30”, na qual a Aliança Liberal depôs o então presidente Washington Luiz e impediu Júlio Prestes de assumir o cargo para qual tinha sido eleito. Foi nesse ano também, que devido a questões políticas foi aposentado compulsoriamente. Honorato Faustino, mesmo assim, continuou atuando como educador, ensinando desenho e música no chamado “Ginásio 11 de agosto”. Mas, com a eclosão da Revolução Constitucionalista de 1932, com a suspensão das aulas e devido a uma grava enfermidade foi obrigado a se afastar da vida no ensino. Além de educar, Honorato formou-se em medicina e atendida de forma gratuita os mais necessitados. Ele também era músico e literário, tendo em seu currículo um largo número de publicações, com poesias, contos e trabalhos pedagógicos. Ele faleceu em São Paulo, capital, em 7 de novembro de 1948, com 81 anos de idade.

*Esta bibliografia foi produzida fazendo uso de um manuscrito, escrito pelo próprio Honorato Faustino de Oliveira, no qual ele narra sua história e sua carreira no ensino. O célebre educador imortalizou suas memórias em um “Livro de Retalhos”, que foi doado ao Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes de Piracicaba e em uma Cápsula do Tempo, encerrada em 1922 e aberta um século depois, no dia 07 de setembro de 2022.

Manuscrito de Honorato: https://documentacao.camarapiracicaba.sp.gov.br/index.php/xhnr-gd6d-ge68