Antonio Correa Barbosa nasceu em Itu em 1732. Foi capitão, sertanista, fabricante de canoas, primeiro povoador de Piracicaba e diretor da povoação, nomeado em 24 de julho de 1766 por d. Luiz Antonio de Souza Botelho Mourão, Morgado de Mateus. Barbosa fundou a povoação de Piracicaba oficialmente no dia 1º de agosto de 1767, para onde fora "com administrados (índios), dispersos e vagabundos" (Neme, 1943). Em recompensa pela descoberta de vestígios da antiga picada de Mato Grosso que passava por Piracicaba, o Morgado de Mateus promoveu Barbosa a capitão povoador em 11 de dezembro de 1771 (NETTO, Samuel Pfromm. 2013, p. 81).
Em 1784, Barbosa e o vigário local, frei Tomé de Jesus, lideraram um abaixo-assinado, pedindo ao governador de então, capitão-general Francisco da Cunha Menezes, a mudança de Piracicaba da margem direita do rio para o lado fronteiro, na margem esquerda. A mudança ocorreu em julho de 1784.
Nasceu em Itu (SP) em 1754. Tinha 20 anos quando a Câmara de Itu nomeou-o juiz da medição. Após ocupar esse cargo durante cinco anos, passou a ser juiz ordinário e almotacé da mesma localidade. Aos 30 anos, tornou-se capitão mor, cargo que exerceu durante longos anos. Em fins do século 18, Goés e Aranha, como responsável pela Vila de Itu também era responsável pela povoação piracicabana, que ainda não tinha sua autonomia administrativa. O capitão-mor conseguiu a designação de um novo pároco, frei Tomé de Jesus, e realizou a mudança da povoação, da margem direita do rio para o lado fronteiro, na margem esquerda, em 31/07/1784, conforme deliberação do capitão-general Francisco da Cunha Menezes, governador da capitania desde 1782 (NETTO, Samuel Pfromm. 2013, p. 257).
Em meados do século XVIII, enquanto o Brasil era colônia de Portugal, o capitão-general D. Luiz António tinha o propósito de criar povoações nas margens do Tietê, a fim de facilitar o transporte às expedições que conduziam víveres e munições e de formar portos de reabastecimento para as tropas de Iguatemi e de outras colônias militares da fronteira. Nesse empenho, remeteu Antonio Corrêa Barbosa para a barra do rio Piracicaba no Tietê, a fim de plantar ali uma povoação.
Foram invencíveis, porém, as dificuldades que encontrou para a realização de seu intento, pois ninguém acedia aos convites para ir povoar aquelas paragens, alegando que tais lugares eram pestilentos e avaro o seu solo. Por motivos diversos, Antonio Corrêa Barbosa não se estabeleceu nas imediações da foz do Piracicaba no Tietê, indo localizar-se setenta quilômetros rio acima, na margem direita do afluente do Tietê.
Por provisão de 24 de julho de 1766 era Antonio Corrêa Barbosa nomeado para o cargo de Diretor e Povoador de Piracicaba. Dando cumprimento às ordens recebidas, Antonio Corrêa Barbosa fundava oficialmente, a 1º de agosto de 1767, a povoação de Piracicaba para onde fora "com administrados vadios, dispersos, e vagabundos". Em pouco tempo faziam-se visíveis os efeitos da reiteradas medidas tomadas por D. Luiz Antonio, pois grande foi o número de desordeiros e "mal vistos" bem como de gente "afamiliada" que se mudavam das vilas e povoados próximos para a florescente povoação, os primeiros com intuito de se incorporarem às expedições que demandavam Iguatemi e os últimos para nela estabelecerem suas culturas, que a liberdade do solo fazia fartas e as necessidades de Iguatemi tornavam lucrativas. Em 26 de julho de 1770, Antonio Corrêa Barbosa envia carta à D. Luiz mandando provisão para levantar capela e prometendo promover com brevidade a ereção da povoação em freguesia, o que ocorreu em 1774 (NEME, Mario. 2009, p. 54-63)
Em 1774, o bispo diocesano de São Paulo, Fr. Manuel da Ressurreição, atendendo aos clamores dos habitantes da povoação de Piracicaba, a constituiu em Freguesia e mandou erigir Igreja Matriz, sendo nomeado para seu primeiro pároco o padre João Manuel da Silva. O livro da Memórias da povoação de Piracicaba assim registra o acontecimento:
"Viveram os habitantes desta Povoação por espaço de seis anos, dez meses e vinte dias sujeitos à voz paroquial de Itu, com grave detrimento pela distância de catorze léguas, que intermedem, e tendo clamado na presença do Excelentíssimo e Reverendíssimo Bispo Diocesano, D. Fr. Manoel da Ressurreição, e permitido este que se erigisse em o dito lugar Igreja para Matriz, constituiu a Freguesia separa da de Itu, e ao Senhor Santo Antonio Padroeiro dela, e destinou para divisa de uma, contra o ribeiro Capivari; e sendo provido pároco o Reverendo padre João Manuel da Silva, presbítero secular de virtude e letras".
Assim, a povoação de Piracicaba tornou-se a Freguesia de Santo Antonio de Piracicaba, com sua própria voz paroquial, mas ainda dependendo administrativamente, judicialmente e politicamente da Vila de Itu e da Vila de Porto Feliz. Um recenseamento realizado em 1775, um ano após a sua elevação a freguesia, acusou para Piracicaba 231 moradores e 45 fogos (NEME, Mario. 2009, p. 65-66).
Publicado
Documento lavrado pelo Capitão Mor da Vila de Itu, Vicente da Costa Taques Goés e Aranha, e assinado pelo Frei Thomé de Jesus, pelo povoador Antônio Correa Barbosa, pelo capitão João Fernandes da Costa, pelo mestre entalhador e arruador Miguel Fernandes Paes Soares, e pelo povo de Piracicaba, em 30 de julho de 1784. Nele é registrada a história da povoação de Piracicaba, desde sua fundação, em 1767, perpassando por assuntos relacionados ao crescimento e estabelecimento da povoação, como a questão dos párocos Reverendo Padre João Manuel da Silva Presbítero e Reverendo Padre Fr. Thomé de Jesus.
Setor de Gestão de Documentação e Arquivo da Câmara Municipal de Piracicaba